Atingidos pela UHE Baixo Iguaçu alertam que consórcio responsável descumpre acordos de reparação
Nesta segunda-feira (22), os atingidos pela UHE Baixo Iguaçu organizaram uma mobilização na cidade de Capitão Leônidas Marques, no interior do Paraná, contra a violação de direitos e para alertar […]
Publicado 23/04/2019
Nesta segunda-feira (22), os atingidos pela UHE Baixo Iguaçu organizaram uma mobilização na cidade de Capitão Leônidas Marques, no interior do Paraná, contra a violação de direitos e para alertar que as empresas do consórcio responsável pela construção da usina, Neoenergia e Copel, não cumprem os acordos firmados.
Os atingidos relatam que, desde o início da obra, o consórcio empreendedor Baixo Iguaçu viola os direitos das populações locais. Mais de 100 famílias ainda aguardam um processo justo de indenização com base nos compromissos assumidos no Termo de Acordo da Política, Diretrizes e Critérios de Remanejamento da População Atingida que foi firmado pelo consórcio com Instituto Ambiental do Paraná, Ministério Público Estadual e Defensoria Pública Estadual.
Em frente à sede da COPEL, a atingida Neuza dos Anjos exige negociação, já que são 6 anos sem resolução do conflito: “Estamos todos doentes com depressão porque a gente não recebe, estamos esperando, cada dia mais, a gente precisa tocar a vida da gente pra frente, porque são muitos anos perdidos já”, desabafa.
O cenário de incerteza e insegurança vivenciado pelos atingidos da região sudoeste do Estado é motivo de revolta. Após o ato na COPEL, o protesto seguiu para denunciar a sua situação em frente ao Banco do Brasil, que, em conjunto com a Previ, detém 47,55% do capital da empresa espanhola Neoenergia.
Na avaliação do MAB, é urgente que Neoenergia, Copel e Governo do Estado cumpram com as condicionantes estabelecidas pela Licença Ambiental, além de ser necessário o restabelecimento da comissão multidisciplinar para retomar as negociações e reavaliar os casos judicializados e de direitos negados para que haja reparação. A revindicação do movimento é também no sentido de efetivar a mesma política de direito aplicada às demais famílias para a área de Remanso, solicitar novas áreas para o Reassentamento Rural Coletivo e resolução de pendências que existem nos reassentamentos já construídos, sendo uma dessas a Assistência Técnica Social e Ambiental ATES.