Em MG, caravana do Lula passa pelo Vale do Jequitinhonha
Na noite desta quarta-feira (25) a caravana Lula pelo Brasil, em Minas Gerais, desembarcou em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha. O ato Cultural do Médio do Jequitinhonha aconteceu na Praça […]
Publicado 26/10/2017
Na noite desta quarta-feira (25) a caravana Lula pelo Brasil, em Minas Gerais, desembarcou em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha. O ato Cultural do Médio do Jequitinhonha aconteceu na Praça do Mercado. O ato na cidade é simbólico, pois demarca resistência da cultura popular existente na região.
No vale do Jequitinhonha o forte da cultura está na resistência do povo que vive nas regiões semiáridas, quando demonstram conhecimento, defesa e amor pelo território. O Rio Jequitinhonha é o principal protagonista nas manifestações culturais, pois ele está vinculado diretamente na vida da população do nordeste mineiro. O rio e seus afluentes tem um significado simbólico e concreto para o povo da região.
A cultura popular e o rio estão inteiramente vinculados. Pois, é por meio do rio que o povo busca sua sobrevivência, de onde vem o trabalho, a comida, onde povo lava suas roupas, suas vasilhas e tem um momento de lazer, comenta Aline Ruas, da Coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens, em Minas Gerais.
Assim surgem as inspirações para músicas, os poemas, cânticos e é demostrado nos teatros. Muitas músicas do vale do Jequitinhonha foram compostas nas margens do rio. Composições que falam de amor e de momentos do cotidiano da população.
O povo do Jequitinhonha sempre soube viver e conviver com a região semiárida. No entanto, após a década de 1970, com o incentivo da monocultura de eucalipto, exploração de minério, desmatamento, a escassez de água vem aumentando na região. O povo está sem acesso a água para produção e consumo humano. As construções de barragens hidroelétricas implantadas na região, não resolveram o problema de acesso a água, pois suas construções, não tinham o objetivo de atender as demandas populares, mas sim, de político e empresas.
Para o MAB, falar de cultura popular é também falar do meio ambiente em que vivemos. Principalmente as comunidades que tem uma relação com a natureza. Para nós a caravana do Lula passando pelo Vale do Jequitinhonha, com a temática da cultura popular, tem que perpassar em discussões como revitalização do rio Jequitinhonha, proteção das nascentes, reflorestamento de plantas nativas com a participação popular, comenta Aline.
Os moradores das regiões afirmam que a preservação do rio Jequitinhonha e seus afluentes irá permitir que as futuras gerações também usufruam e vivam a essência cultural na região. Nós queremos cantar o rio Jequitinhonha, mas para isso é preciso existir o rio. Queremos contar a história de um povo, mas pra isso é preciso que exista povo na região. A cultura no Vale é bonita e é de resistência. Por isso é legítima ela ser homenageada na Caravana do Lula, conclui Aline Ruas.