Caderno de conflitos no campo foi lançado em Rondônia
Foi lançado ontem (20) em Porto Velho o Caderno de Conflitos no Campo 2016. A atividade foi organizada pela Comissão Pastoral da Terra e a diocese de Porto Velho. O […]
Publicado 21/06/2017
Foi lançado ontem (20) em Porto Velho o Caderno de Conflitos no Campo 2016. A atividade foi organizada pela Comissão Pastoral da Terra e a diocese de Porto Velho. O Relatório anual traz registros das ocorrências de conflito e de violência sofrida pelos trabalhadores e trabalhadoras da terra, e é uma referência no Brasil.
O lançamento contou com a participação de dezenas de lideranças do campo, e de movimentos sociais e organizações como o Movimento dos Atingidos por Barragens MAB, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra MST, Liga dos Camponeses Pobres LCP, Conselho Indigenista Missionário CIMI e Organização dos Seringueiros de Rondônia OSR.
Em Rondônia os conflitos se concentram em maior número na região do Cone Sul e do Vale do Jamary, em diversidade de sujeitos envolvidos e também em tipos diferentes de conflitos como apontou Zezinho da CPT, ainda segundo Zezinho foram 14 camponeses assassinados em 2016 no estado, sendo que parte deles tem envolvimento direto de agentes do estado, através de milícias paramilitares, que envolvem policiais militares e oficiais do alto comando da própria Policia Militar.
Dom Roque, arcebispo de Porto Velho e presidente do Conselho Indigenista Missionário CIMI destacou a necessidade de organização para enfrentar a violência no campo, e que não deixamos de lutar e ter esperança, que os pobres possuirão a terra.
A Amazônia Legal, que compreende toda a região Norte mais partes do Maranhão e Mato Grosso, concentrou, em 2016, 79% dos assassinatos: 48 dos 61 registrados; 68% das tentativas de assassinato, 50 das 74; 391 das 571 agressões físicas, e 171 das 200 ameaças de morte, 86% e 192 das 228 pessoas presas.
No contexto de crise internacional do capital, a tendência é que a situação no campo piore, principalmente na Amazônia, pois em crise o capital procura avançar sobre base naturais como explica João Dutra do MAB, ainda segundo João não há saídas institucionais para a solução dos conflitos, o direito é conquistado na luta.
#ChegaDeMassacre #LutarNãoÉCrime