Em demonstração de fraqueza, Temer recorre ao uso da violência contra o povo

Manifestação pela saída do presidente golpista e por eleições diretas é reprimida com aparato de guerra em Brasília

Fotos: Mídia Ninja

Brasília foi tomada por 150 mil pessoas que reivindicaram a saída do presidente golpista Michel Temer, eleições diretas à presidência da república e pela defesa dos direitos dos trabalhadores. Um aparato militar de guerra foi mobilizado para reprimir a marcha desde o seu início, por volta das 14 horas no estádio Mané Garrincha, até a Esplanada dos Ministérios.

Bombas de efeito moral, gás lacrimogênio, spray de pimenta e balas de borracha foram disparadas durante toda a manifestação de forma ininterrupta. Essa repressão resultou em dezenas de pessoas feridas. Além disso, integrantes da organização do ato informaram no carro de som que uma pessoa havia sido baleada com arma letal. A veracidade da informação ainda não foi confirmada. 

No final da tarde, o presidente golpista Michel Temer assinou um decreto, divulgado em edição extra no Diário Oficial da União, que autoriza o uso das Forças Armadas por uma semana, até a próxima quarta-feira (31), para a preservação da ordem na capital federal.

Para o integrante da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Iury Paulino, a repressão de hoje demonstra o caráter autoritário do presidente golpista Michel Temer. “Se ainda existia alguma máscara ela caiu no dia de hoje. Temer declarou guerra ao povo, que vai lutar até a sua saída. O uso da violência demonstra a fraqueza e ilegitimidade de seu governo”, explica.

Todavia, a pauta não se restringe à saída de Temer. Organizada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, a manifestação reivindica eleições diretas para a presidência da república e condena os projetos de reformas que retiram os direitos dos trabalhadores.

Atingidos em luta

Foram quase 1.500 quilômetros e muitas horas de estrada que os atingidos de Marabá (PA) enfrentaram até chegarem no “Ocupa Brasília”. No total, aproximadamente 800 atingidos vindos de diversas regiões se somaram na manifestação desta quarta-feira.

“Apesar de toda essa repressão, esse povo só demonstra mais empolgação para continuar lutando seus direitos e pelo país”, afirma Iury.