Em MG, atingidos pela barragem de Irapé se reúnem com a CEMIG
Atingidos do Vale do Jequitinhonha apresentam pauta das comunidades não reconhecidas pela companhia elétrica, que é responsável pela barragem de Irapé A jornada de lutas por direitos não para. Na […]
Publicado 27/04/2017
Atingidos do Vale do Jequitinhonha apresentam pauta das comunidades não reconhecidas pela companhia elétrica, que é responsável pela barragem de Irapé
A jornada de lutas por direitos não para. Na tarde desta quarta-feira (26), atingidos pela barragem de Irapé, na cidade de Almenara (MG), na região do Vale do Jequitinhonha, se reuniram com representantes da Companhia Elétrica de Minas Gerais (CEMIG), em desdobramentos da Jornada de lutas do 14 de março Dia Internacional de lutas pelas águas, pelos rios e pela vida, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
A reunião aconteceu na Colônia de Pescadores e, logo após o seu início, os atingidos organizados no MAB convidaram os representantes da CEMIG, proprietária da barragem de Irapé, para fazer uma marcha até as margens do Rio Jequitinhonha, onde foi mostrado e comprovado o quanto o percurso dágua está assoreado e sem vida.
Desde a inauguração da hidrelétrica, em 2006, cerca de 5 mil famílias que moram abaixo da barragem vêm sofrendo. A população não recebe água tratada e, contraditoriamente, não possuem rede de energia em casa.
Os relatos da população que não foi reconhecida e ficaram de fora das políticas indenizatórias são várias. Destacam-se a falta de produção de alimentos, pesca, água potável e a grande mortandade de peixes. O empreendimento da CEMIG é enorme e gera muito lucro. Com esse lucro todo precisa fazer uma recuperação integral do nosso rio, como a repovoação dos peixes, que estão sendo extintos, comenta indignado um pescador da região.
Nesta semana, a CEMIG realiza visitas a duas comunidades atingidas na Bacia do Rio Jequitinhonha. É a oportunidade que os atingidos terão para mostrar as pautas locais e fazer os representantes conhecer de perto a realidade dos atingidos pela Barragem de Irapé, que há mais de dez anos não trouxe o desenvolvimento prometido pela Companhia, afirma liderança local do MAB.