Nota de esclarecimento sobre o Colégio Estadual Família Agrícola José Porfírio de Souza

Nota de esclarecimento Movimento dos Atingidos por Barragens O Movimento dos Atingidos por Barragens vem a publico esclarecer a população de São Salvador do Tocantins e região e aos/as Educandos/as […]

Nota de esclarecimento

Movimento dos Atingidos por Barragens

O Movimento dos Atingidos por Barragens vem a publico esclarecer a população de São Salvador do Tocantins e região e aos/as Educandos/as do Colégio Estadual Família Agrícola José Porfírio de Souza que nunca mediu esforços para construir as parcerias, a proposta pedagógica com o objetivo de implementar o Colégio Estadual Família Agrícola José Porfírio de Souza e assim garantir uma educação de qualidade aos/as filhos/as dos agricultores familiares.

O Colégio Estadual Família Agrícola José Porfírio de Souza emerge da luta das famílias atingidas por barragens de Peixe Angical, dos ribeirinhos, que há anos construíram a escola na comunidade “Pedrinhas” utilizando materiais e mão-de-obra dos moradores da comunidade. Ao serem realocados para o reassentamento Piabanha essa comunidade exigiu da ENERPEIXE a construção da unidade escolar no novo espaço.

Outro momento importante foi durante a construção da UHE – São Salvador onde durante o processo de negociação construiu-se um termo de compromisso entre o MAB, Associações, Ministério Público Estadual e Federal, IBAMA e TRACTEBEL sobre a construção de uma escola que atenderia a região sul, sudeste do Tocantins a partir da Pedagogia da Alternância. 

Durante esse período sempre buscou parcerias para garantir a implementação da unidade escolar, parcerias estas com o Estado do Tocantins, Prefeituras, comunidades tradicionais, associações e outras unidades escolares que trabalham a Pedagogia da Alternância. Tivemos, portanto, algumas parcerias importante para viabilizar a implementação do colégio, a exemplo: Prefeitura de São Salvador que doou o prédio da Escola Municipal Piabanha e contribuiu com o pagamento da energia elétrica na gestão 2013-2016; Associação São Francisco de Assis que cedeu o centro comunitário do reassentamento Piabanha I onde funciona o alojamento, refeitório e cozinha e ainda a parceria com as famílias reassentadas que até este momento emprestaram ferramentas e contribuíram com doações de alimentos.

A devolução dos materiais dos departamentos da unidade escolar como: computadores, impressora, panelas, foices, facão, enxadas, picaretas, enxadões entre outros foi feita devido o nosso compromisso com as associações e agricultores, e ainda por não existir uma parceria confiável com o novo diretor que é fruto de uma imposição ditatorial.

Quando nos propusemos a construir uma proposta pedagógica para a unidade escolar acreditávamos construir algo a partir dos princípios da Educação do Campo, utilizando-se dos instrumentos da Pedagogia da Alternância, ou seja, um Colégio Família Agrícola,  onde a direção, coordenação, professores, servidores e educandos/as sejam uma grande família sem intervenção política.

Desta maneira, sempre pensamos que a troca de diretor deveria ser feita a partir de diálogo com a comunidade escolar, pais, educandos/as agricultores e que o/a mesmo/a tenha conhecimento e prática na área de Educação do Campo e a Pedagogia da Alternância.

Queremos aqui repudiar os últimos acontecimentos que tem envolvido o Colégio Estadual Família Agrícola José Porfírio de Souza e a troca de diretor.

  1. A troca de gestor, da forma como foi feita, representa uma ruptura a um projeto que vem dando certo e que de fato tem contribuído com o desenvolvimento educacional dos/as filhos dos/as trabalhadores;
  2. A intervenção do prefeito de São Salvador, Andre Borba, tem sido algo muito complexo, pois suas atitudes representam a velha política, onde se trocam favores por votos. O referido prefeito esteve na unidade escolar constrangendo os/as servidores/as e propondo para o diretor exonerado que se ele demitisse alguns servidores, abrindo vagas para as indicações dele, o mesmo solicitaria ao governador o seu retorno. Mas como o diretor não aceitou essa proposta da política baixa, o senhor prefeito indicou um diretor que até o momento tem se demonstrado despreparado para essa modalidade de escola.

Queremos reafirmar o nosso compromisso com uma educação de qualidade para os/as filhos/as dos trabalhadores/as seja ela no campo ou cidade, dizer que a liberdade da imprensa é algo imprescindível para uma sociedade democrática, sem abuso de poder, e esclarecemos por último que se manter o atual diretor o Movimento dos Atingidos por Barragens está se retirando da discussão e apoio a esta unidade escolar.  

 

Palmas, Tocantins, Brasil, 17 de abril de 2017

 

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