Em BH, mulheres do campo e da cidade discutem desmonte da previdência
Mulheres de todo o estado denunciam sonegação de grandes empresas ao INSS, que soma R$ 426 bilhões Foi com muita animação e espírito de luta que as mulheres atingidas por […]
Publicado 07/03/2017
Mulheres de todo o estado denunciam sonegação de grandes empresas ao INSS, que soma R$ 426 bilhões
Foi com muita animação e espírito de luta que as mulheres atingidas por barragens de Minas Gerais se somaram, na manhã desta terça-feira (07), às companheiras do campo e da cidade para uma luta unificada do Dia Internacional das Mulheres. Em Belo Horizonte, cerca de 800 mulheres de todo o estado estão reunidas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para debater e construir um plano de lutas contra a reforma da previdência e perdas de direitos.
O combate ao desmonte da previdência social foi tirado como mote do Dia Internacional das Mulheres, em todo Brasil. O pesadelo da PEC nº 287/2016, que prevê uma nova regra geral para a aposentadoria, passará a exigir idade mínima de 65 anos e 25 anos de contribuição, sendo aplicada a homens e mulheres.
As mulheres serão prejudicadas com a medida do governo golpista de Michel Temer, pois hoje elas sofrem com opressão de gênero e classe, diferença salarial, divisão sexual do trabalho, pela dupla jornada de trabalho feminina e pela crescente precarização das condições e dos postos de trabalho.
Diante disso, este ano, as mulheres da classe trabalhadora, do campo e da cidade, pautarão que as políticas de seguridade social reconheçam as desigualdades de gênero em que se estrutura a sociedade brasileira e sejam universalizadas a fim de garantir a distribuição da riqueza e a busca da promoção da equidade de gênero.
Neste ano pautamos a reforma da previdência, pois afeta a vida da classe trabalhadora, principalmente de nós mulheres. A reforma da previdência tem que ser feita para cobrar das grandes empresas que tem dívidas com o INSS, pois o rombo dessas empresas soma R$ 426 bilhões, afirma Camilla Brito, militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Ela ressalta que a mineradora Vale tem uma dívida de R$ 276 milhões com a Previdência Social. Viemos denunciar essa empresa criminosa e que até hoje está impune pelo crime em Mariana e na Bacia do Rio Doce. Se o governo golpista de Michel Temer cobrasse a dívida das grandes empresas com certeza não precisaria fazer a reforma, lembra Camilla.
Cerca de 800 mulheres de organizações como a Federação dos Trabalhadores Rurais (FETRAF), Marcha Mundial das Mulheres (MMM), Levante Popular da Juventude (LPJ), Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadores por Direitos (MTD) e vários outros movimentos sindicalistas realizarão debates e formações ao longo do dia.