14 de março: lutar e organizar para os direitos conquistar
Nesse ano, no dia 14 de março, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) completa 26 anos de lutas e conquistas. Essa data se tornou histórica não apenas pelo nosso […]
Publicado 14/02/2017
Nesse ano, no dia 14 de março, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) completa 26 anos de lutas e conquistas. Essa data se tornou histórica não apenas pelo nosso nascimento, mas por se tornar o Dia Internacional de Luta Contra as Barragens.
A data foi escolhida no nosso I Congresso dos Atingidos de todo o Brasil em 1991, no qual nos tornamos um movimento nacional, popular e autônomo. Nesse dia simbólico, atingidas e atingidos do Brasil e de diversos países saem as ruas para denunciar o atual modelo energético, que prioriza o interesse privado sobre o interesse público, cobrando altas taxas dos consumidores e perseguindo as populações atingidas que lutam por seus direitos.
Água e energia têm se tornado mercadorias como tantas outras, possíveis de serem compradas e vendidas pelo preço que interessar aos capitalistas. A natureza se tornou um produto a ser explorado para gerar lucros. As populações atingidas foram percebendo que a luta pelos seus direitos só se concretiza ao ser feita com o questionamento à construção das barragens e ao modelo energético como um todo.
Durante esses anos, denunciamos as obras criminosas, conquistamos reassentamentos e casas, água tratada, passamos a produzir alimentos saudáveis e ampliamos nossa visibilidade nacional e internacional. Mas ainda há muito a ser feito.
Ainda hoje não temos uma Política Nacional que garanta os nossos direitos, a riqueza gerada nas hidrelétricas e paga através dos Royalties não é reinvestida para a população afetada e o preço da luz continua um roubo.
Como se não bastasse, estamos enfrentando um governo golpista que vem tomando medidas autoritárias e reduzindo os benefícios conquistados com muito suor e sangue pelos trabalhadores. Privatizando empresas públicas e entregando nosso patrimônio para os estrangeiros.
Mas nada disso nos desanima, quem olha para a história sabe que somente a organização e a luta do povo é que faz valer. As mudanças são feitas por mulheres e homens que ousam enfrentar as tiranias e anunciar o novo. É o que faremos, com humildade, inteligência e rebeldia construiremos um Brasil soberano.
Vamos às ruas no dia 14 de março! Leve toda a família, vizinhos. Sele o compromisso de classe e fortaleça as trincheiras da resistência popular, levante a bandeira frente ao inimigo e grite bem alto que Água e Energia não são mercadorias, são do povo brasileiro! Vamos à luta que o futuro nos pertence!