Em Ipatinga (MG), no Vale do Aço, jovens organizam apoio à Marcha
Em Ipatinga, o protagonismo foi a juventude na recepção da marcha 1 Ano de Lama e Luta, contra o crime da Samarco (Vale/BHP Billiton). Foi de responsabilidade do movimento Levante […]
Publicado 03/11/2016
Em Ipatinga, o protagonismo foi a juventude na recepção da marcha 1 Ano de Lama e Luta, contra o crime da Samarco (Vale/BHP Billiton). Foi de responsabilidade do movimento Levante Popular da Juventude a preparação do espaço e alimentação para a chegada e estadia dos atingidos que vêm em marcha pela Bacia do Rio Doce desde Regência, no dia 31 de outubro. Já na chegada, o acolhimento de jovens de diversas escolas municipais e estaduais da cidade aos atingidos e atingidas foi caloroso, com músicas e muita animação.
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Uma articulação do Movimento dos Atingidos por Barragens(MAB) com o Levante Popular da Juventude, o Sindicatos dos Educadores de Minas Gerais (SindUTE) realizou por cerca de duas semanas o diálogo com jovens da região. Foram feitos aulões públicos nas escolas em denúncia ao crime do rompimento da Barragem de Fundão no dia 5 de novembro de 2015, alcançando cerca de 7 mil estudantes.
A partir das atividades do MAB estamos vendo que os jovens estão se posicionando, querendo se mobilizar e entrar na luta. Nossa relação com a MAB aqui é muito boa, um apoiando o outro, e isso têm sido muito importante, conta a militante do Levante, Graziele Domingues de Sousa, de 19 anos.
No ginásio municipal 7 de Outubro, estavam presentes jovens de escolas estaduais e municipais, educadores do SindUTE e militantes de movimentos sociais. Mas foi um convidado especial que animou o grupo com sua arte e exemplo de resistência, o cantor Flávio Renegado. Ele acredita na juventude e enxerga que assim como no movimento das mais de mil escolas ocupadas no Brasil, é fundamental sua participação na Marcha. Quando começamos a refletir o que é ser livre é que percebemos o quanto somos explorados. Vivemos em um país onde o capital sempre explorou a população e vai continua se não se o povo não se organizar e dar um basta, afirma o artista.
Ele apoia a luta dos atingidos, e afirma que como a Samarco tirou a possibilidade de sobrevivência e liberdade das famílias atingidas, o mesmo acontece todos os dias com os trabalhadores no país e no mundo. E essa marcha se levanta pra dizer Não, pra dizer Basta, pra lutar pelos direitos dessa população atingida, reafirma Renegado em ato político realizado no local.
Joceli Andrioli, da coordenação do MAB, explica que o crime da Samarco (Vale/BHP Billiton) está diretamente ligado à ganância do capital que busca obter lucro acima de tudo e de todos, ligado a uma forma de organizar a sociedade que permite que poucas empresas organizem a sociedade como bem entendem, revertendo o destino no Brasil para colônia e não uma nação.
Esse é o maior crime socioambiental do mundo, já está comprovado pela Policia Civil e Ministério Público, e não tem nenhum empresário preso, está claro que a saída só virá da participação popular. Por isso realizamos a Marcha e o encontro em Mariana, pra apontar a importância de estar organizado, de cabeça erguida para construir a sociedade que a gente deseja, conclui o militante do MAB.