MAB recebe Moção de Aplauso da Câmara Municipal de Raul Soares, MG
Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) recebeu nessa quarta-feira (11) uma Moção de Aplauso da Câmara Municipal de Raul Soares, Zona da Mata de Minas Gerais. O Movimento está presente […]
Publicado 12/05/2016
Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) recebeu nessa quarta-feira (11) uma Moção de Aplauso da Câmara Municipal de Raul Soares, Zona da Mata de Minas Gerais. O Movimento está presente na região de Raul Soares e Abre Campo há cerca de 20 anos, organizando os atingidos pelas hidrelétricas do Emboque e de Granada, de propriedade da Brookfield Energia Renovável, no Rio Matipó, afluente do Rio Doce.
A construção dessas hidrelétricas atingiu centenas de famílias e violou direitos humanos, de acordo com relatório da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, sendo eles: direito à informação e à participação; direito à liberdade de negociação, direito à plena reparação das perdas e direito ao trabalho; direito ao tratamento isonômico e negociação coletiva dos parâmetros de reparação; direito à moradia adequada; direito a um ambiente saudável e à saúde; direito de ir e vir.
O MAB tem papel importante na busca da garantia dos direitos dos atingidos e entende que a Moção de Aplauso da Câmara Municipal vem reconhecer esse trabalho e trazer o apoio da instituição para esta luta, disse o atingido da coordenação regional do MAB, Antônio Iussef, no plenário da Câmara ao receber a Moção.
Cláudio Antônio da Silva atingido pela hidrelétrica do Emboque que hoje mora à beira do lago da hidrelétrica lembra que a região onde está o lago era antes uma área produtiva de alimentos para a população. Hoje, produz apenas energia para uma empresa multinacional, a Brookfield, lembra Cláudio, que é da coordenação regional do MAB.
O MAB possui projetos de reativação produtiva das comunidades atingidas e de acesso a tecnologias sociais de produção de alimentos e de energia na região de Raul Soares e Abre Campo e em toda Zona da Mata mineira. Esses projetos fazem parte da proposta do movimento de provocar o desenvolvimento local das regiões atingidas. Uma das formas de conseguir o desenvolvimento é a pressão para que as empresas garantam os direitos violados das populações e se comprometam a investir na região de onde tiram tanto lucro.
Para Letícia Faria, membro da coordenação estadual do MAB, o trabalho no Rio Matipó reforça a importância de pensar a bacia do Rio Doce como um todo buscando ações que recuperem todos os afluentes, sobretudo no Alto Rio Doce. A tragédia da Samarco ampliou de forma dramática a necessidade de somarmos esforços para recuperar todos os rios que formam o Rio Doce. Pensarmos saneamento básico urbano e rural e reativação econômica com respeito ao meio ambiente, inclusão social e geração de renda. Tudo isto tendo os atingidos como protagonistas. Já lutamos por isto há muitos aos e vamos ampliar este trabalho para vermos o rio Doce limpo e serviço das populações e nas das grandes empresas, afirma.