Em BH, atingidos participam de Acampamento contra o Golpe

de Belo Horizonte Foto: Mídia Ninja Novo governo propõe leis que acabarão com licenciamento ambiental. Com esta fragilidade, tragédias como a da Samarco serão cada dia mais comuns Atingidos e […]

de Belo Horizonte

Foto: Mídia Ninja

Novo governo propõe leis que acabarão com licenciamento ambiental. Com esta fragilidade, tragédias como a da Samarco serão cada dia mais comuns

Atingidos e atingidas por barragens organizados em várias regiões de Minas Gerais participam do Acampamento contra o Golpe e em defesa da Democracia e dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras que está sendo realizado na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte. A ocupação, coordenada pela Frente Brasil Popular, começou após a realização da histórica manifestação do dia 1º de Maio na capital mineira que reuniu centenas de organizações sociais do campo e da cidade e mais de 15 mil pessoas para repudiar o golpe parlamentarmidiático em curso no Brasil e para defender os direitos.

A Frente Brasil Popular fortalece as suas mobilizações em todo o país nestes dias que antecedem a votação do relatório golpista do senador Antônio Anastasia, conhecido por suas “pedaladas fiscais” e manobras orçamentárias quando governador de Minas de Gerais, e que será votado no Senado no dia 11 de maio. Os manifestantes ficarão acampados diante do Palácio da Liberdade, antiga sede do governo mineiro, para chamar a atenção da sociedade, principalmente dos moradores das periferias, sobre o que significa na vida dos mais pobres a “Ponte para o Futuro”, programa de governo de Michel Temer.

“Esta ponte, que, na verdade, é uma ponte para o atraso, reúne de forma muito clara todo o interesse do capital internacional, permite que ele faça tudo que sempre quis fazer no Brasil: privatizar o que for possível, roubar nossos bens naturais, a começar pelo petróleo, submeter o Brasil, não permitir que ela se desenvolva como nação soberana. Irão destruir os direitos sociais, limitar com as oportunidades e aumentar a exploração de maneira inédita”, afirma Thiago Alves, integrante da coordenação estadual do MAB.

Os atingidos também estão acampados contra as medidas previstas no programa do novo governo, articulados pelos senadores Romero Jucá e Blairo Maggi, que acabam com o licenciamento ambiental como é hoje. “Como classe trabalhadora, lutamos juntos com as outras categorias contra a destruição dos direitos. E, como atingidos, nos preocupamos especialmente com a mudança nas leis que fará com que os empreendimentos tenham agora uma licença, e não três como é atualmente, e sem qualquer tipo de consulta a população. Assim funcionava na ditadura. Imaginam o que vai se tornar a vida dos atingidos em todo o Brasil já tão assolados com a falta de marco federal que garanta os seus direitos? Com tanta fragilidade, crimes como o do Samarco na bacia do Rio Doce serão tragédias recorrentes”, comenta Thiago.

O Acampamento pela Democracia é realizado de forma coletiva e solidária. Estão previstas muitas atividades, incluindo espaços formativos sobre os diversos temas da conjuntura, atividades culturais envolvendo variados grupos de Belo Horizonte, além da atuação de brigadas nas quais militantes farão o trabalho de base em bairros pobres da cidade denunciando os efeitos do golpe.

Para Nelcina de Souza Borges, atingida pela barragem de Aimorés e pela lama da Samarco na cidade de Resplendor (MG), o acampamento é a demonstração da força da esquerda. “Podemos mostrar com esta mobilização que o nosso desejo é a permanência da democracia. A sua saída pode acarretar na perda dos nossos direitos, principalmente, trabalhistas”, afirma a atingida.  

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