Lula em Brasília: “Se Temer quer ser presidente, ele que espere chegar 2018”

Por Frente Brasil Popular Às vésperas da votação do impeachment no Congresso, Lula transformou o Acampamento Nacional pela Democracia e Contra o Golpe em catarse coletiva sob o sol de […]

Por Frente Brasil Popular

Às vésperas da votação do impeachment no Congresso, Lula transformou o Acampamento Nacional pela Democracia e Contra o Golpe em catarse coletiva sob o sol de Brasília. O ato, na manhã deste sábado, concentrou cerca de 10 mil pessoas na ocupação próxima ao Estádio Mané Garrincha, em Brasília, injetando ainda mais energia na luta. 

Acompanhado por ministros, deputados e dirigentes de movimentos do campo e da cidade, o ex-presidente criticou a postura de Temer, comparou os acampamentos pró e contra o impeachment, falou sobre o ato de domingo e a necessária articulação política no Congresso para barrar o golpe. “Daqui a pouco vou conversar com três governadores. Temos 513 votos pra conquistar e precisamos da metade para não deixar eles terem 342. Então é uma guerra, sobe e desce, parece a Bolsa de Valores”.

Ato com Lula no acampamento pela democracia

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Sobre o vice-presidente, que se coloca como alternativa à Presidenta legitimamente eleita, Lula declarou: “Se o seu Temer quer ser presidente, que não seja através do golpe. Ele que espere chegar 2018. O PMDB é um partido grande, ele se candidata e vamos pras urnas. E vamos debater!” 

Em breve perspectiva histórica das forças que se organizam a favor do impeachment, O ex-presidente lembrou de Getúlio e João Goulart. “Me parece que a elite brasileira não gosta muito de democracia. Getúlio Vargas governou com mão de ferro durante 15 anos. Bastou voltar democraticamente eleito e fizeram ele se matar. (…) Nós não vamos nos matar. Não vamos sair do Brasil. Nós vamos é lutar neste país para reconquistar a nossa democracia!”, afirmou. 

O ex-presidente também saudou a força da resistência democrática no acampamento, que chega ao seu sexto dia com mais de 5 mil residentes. “O exemplo que vocês estão dando ao país precisa ser dignificado. É fácil vir fazer protesto em Brasília e ficar num hotel, mas é muito difícil fazer protesto em Brasília e ter que ficar quatro, cinco dias, com condições nem sempre adequadas. Mas vocês estão aqui em nome de uma palavra mágica chamada democracia!” 

Lula defendeu manifestações pacíficas no domingo e orientou a militância para que não aceite provocações: “Vunca viram a gente pregar a discórdia, o ódio. Nós nunca ofendemos ninguém no bar, restaurante, no aeroporto. Sabemos conviver democraticamente na diversidade. Eles não. A nossa democracia respeita a convivência de diferentes”, concluiu. 

Presidenta envia carta aos acampados

Com a agenda mobilizada para o último dia de diálogo com deputados e partidos antes da votação, a Presidenta Dilma enviou uma carta aos acampados, lida por Eleonora Menicucci, ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres. 

Na mensagem, Dilma lembra que o processo em curso não tem base legal e expõe as fragilidades dos atores envolvidos. “Não há contra mim qualquer denúncia de corrupção ou desvio de dinheiro público. Jamais impedi investigação contra quem quer que fosse. Meu nome não está em nenhuma lista de propina. Tampouco sou suspeita de qualquer delito contra o bem comum. (…) Vejam quem está liderando este processo e o que propõem para o futuro do Brasil. Os golpistas já disseram que se conseguirem usurpar o poder, será necessário impor sacrifícios à população brasileira”, escreve Dilma.

A Presidenta também convoca os brasileiros e brasileiras e defender a legalidade democrática, mobilizando-se em todos os espaços para “combater um golpe de estado, uma violação constitucional que poderá mergulhar o Brasil em um doloroso processo de instabilidade e insegurança. Nenhum Governo será legítimo se não nascer do voto popular”, defende.

Por fim, Dilma faz uma advertência aos adversários: “Podem justificar a si mesmos, mas não poderão jamais olhar nos olhos da nação porque a palavra golpe estará para sempre gravada na testa dos traidores da democracia.”

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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