Crise hídrica está longe de acabar em SP
Confira a nota do Coletivo de Luta Pela Água sobre as novas ações promovidas pelo governador do estado de São Paulo Geraldo Alckmin em relação ao abastecimento hídrico na região […]
Publicado 06/04/2016
Confira a nota do Coletivo de Luta Pela Água sobre as novas ações promovidas pelo governador do estado de São Paulo Geraldo Alckmin em relação ao abastecimento hídrico na região metropolitana de SP:
Nota sobre o fim do bônus na tarifa de água
O Governador Geraldo Alckmin continua agindo de forma centralizadora e autoritária, também quando o assunto é a gestão do saneamento no Estado de São Paulo, da mesma forma que atuou durante o período da crise de abastecimento de água que afetou a Região Metropolitana de São Paulo e de Campinas.
Dessa vez trata-se da suspensão do bônus (Programa de Incentivo à Redução de Consumo) e da multa (Tarifa de Contingência). A autorização para isso foi dada em 31 de março último pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (ARSESP), a pedido da Sabesp. As mudanças foram feitas em doses homeopáticas. Em dezembro passado a Agência já havia autorizado alterações nas regras que passaram a dificultar a concessão do bônus.
A lógica que continua norteando a política da Sabesp e do Governo do Estado é a de priorizar aumento da receita, redução de custos e postergação de investimentos para geração de lucro para ser distribuído aos acionistas. O Governo do Estado age como se a crise hídrica tivesse sido superada, sem haver adotado qualquer medida estruturante que modificasse a forma de gestão do saneamento, apesar da crise. Setores de abastecimento da periferia continuam sofrendo com a redução de pressão na rede e mesmo com a interrupção do abastecimento. Uma das últimas medidas anunciadas pela Sabesp foi a redução de investimentos nas obras de despoluição.
A Sabesp vem anunciando que a tarifa tem que sofrer mais um reajuste se a população quiser serviços de melhor qualidade, dessa forma, deixa claro que não estamos livres de outro aumento nos próximos meses. A postura da empresa em só oferecer serviços de qualidade, mediante o aumento das tarifas é uma maneira de jogar o ônus de sua ineficiência nas costas da população.
Precisamos mobilizar todas as entidades que integram o Coletivo de Luta pela Água e dialogar com os demais coletivos para traçarmos um plano de ação que retome a agenda da crise hídrica e do saneamento.
O Governo e a Sabesp não pode continuar priorizando os interesses dos acionistas em detrimento dos interesses da sociedade.
Pela manutenção do bônus!
Por mais transparência na gestão do saneamento e dos recursos hídricos!
Por uma Sabesp 100% Pública!
Março de 2016