Deputados lançam frente contra privatização da energia elétrica
Na manhã desta quarta-feira (30), em Brasília, foi lançada a Frente Parlamentar em Defesa do Setor Elétrico. A iniciativa realizada pela Plataforma Operária e Camponesa pela Energia visa barrar o […]
Publicado 30/03/2016
Na manhã desta quarta-feira (30), em Brasília, foi lançada a Frente Parlamentar em Defesa do Setor Elétrico. A iniciativa realizada pela Plataforma Operária e Camponesa pela Energia visa barrar o plano de privatizações de empresas do setor. O lançamento contou com a presença de diversas organizações como a FUP, FNU, SINDIELETRO, CUT entre outros movimentos e sindicatos.
De acordo com a deputada coordenadora, Erika Kikay (PT-DF), a frente pretende discutir um novo modelo para o setor e defender os interesses da classe trabalhadora discutindo com o Ministério de Minas e Energia, a Agência Nacional de Energia Elétrica, a Empresa de Pesquisas Energéticas, a Eletrobras, entidades sindicais e movimentos sociais.
A Plataforma vem denunciando a tentativa de privatização de empresas do setor elétrico, como a CELG, CERON, ELETROACRE, AMAZONAS, CEPISA, pertencentes ao grupo de distribuidoras da ELETROBRAS.
CASO CELG
No último dia 3 de fevereiro, em Goiânia, movimentos sociais protestaram contra a privatização da Companhia Energética de Goiás (CELG). Na ocasião ocorria uma audiência pública onde se encaminharia a data em que o edital do leilão da empresa seria aberto. O leilão ocorre 30 dias após a divulgação do edital.
Devido à pressão dos movimentos sociais e populares o edital não foi aberto.
A distribuidora foi inserida no Plano Nacional de Desestatização em maio de 2015. Nessa manobra, o maior beneficiário será o governo de Goiás, liderado por Marconi Perillo (PSDB), uma vez que 49% do dinheiro da privatização irá para o governo do estado. Com 99% das ações da empresa em 2012, o governo goiano tinha uma dívida de R$6,4 bilhões com o governo federal (R$2,4 bilhões com a Eletrobrás). A tática de Perillo foi jogar a conta para o governo federal passando 51% das ações para a Eletrobras.
Esta é mais uma das contradições. Além de romper com promessas históricas contra a privatização, o governo federal irá beneficiar um dos setores mais retrógrados, conservadores e mercantilistas do país. Não permitiremos a entrega patrimônio público, afirmou o diretor da Fisenge Gunter Angelkorte.
Para o coordenador do MAB Timóteo Gomes, o caso da CELG é emblemático.
A privatização da CELG é a porta para a privatização completa do setor elétrico, incluindo as distribuidoras e as usinas de geração, que não foram privatizadas nos anos 90. A luta contra a privatização é uma luta de interesse de todo o povo brasileiro, alerta.
A partir da criação da frente pretende-se promover audiências públicas, seminários e eventos regionais nos estados para debater a pauta dos eletricitários e uma alternativa ao atual modelo energético brasileiro.