Audiência Pública na Alepa debate modelo energético
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) participou na tarde de hoje (9 de março) de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) para debater fontes […]
Publicado 10/03/2016
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) participou na tarde de hoje (9 de março) de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) para debater fontes alternativas para a produção de energia.
A audiência foi convocada pelo deputado Airton Faleiro (PT), como parte da comissão criada para debater o tema. Segundo ele, o que motivou a criação da comissão foi o aumento exorbitante da tarifa de energia. Um dos movimentos que nos provocou neste debate foi o MAB, disse. A atividade fez parte da Jornada de Lutas do MAB, por ocasião do 14 de Março, dia internacional de luta contra as barragens.
Estiveram representados na mesa a Eletronorte, Celpa, Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), Secretaria de Energia e Mineração do Pará, além do MAB, sindicato dos urbanitários e CUT.
Cid Antunes, da Eletronorte, defendeu projetos polêmicos como da hidrelétrica de Marabá e São Luís do Tapajós, ambas na fase de estudos. Segundo ele, a hidrelétrica ainda é a forma mais barata de gerar energia, com custo de R$ 4 a R$ 6 por KW instalado, contra R$ 12 por KW instalado para energia solar. José Maria Mendonça, da Fiepa, foi na mesma linha, defendendo a base hídrica da matriz, inclusive a das hidrelétricas com grandes lagos.
Foto:Daiane Coelho/Comunicação PT Pará
Tibúrcio, da Celpa, colocou a culpa das altas tarifas praticadas pela empresa no custo de geração, mas foi desmentido pelos representantes dos trabalhadores presentes na audiência. Ronaldo, da CUT, lembrou que a empresa conseguiu um empréstimo de R$ 863 milhões do BNDES e mesmo assim cobra uma das tarifas mais caras do Brasil, obtendo no último ano R$ 500 milhões de lucro. Tem que discutir até onde vai esse lucro, pois a empresa está pegando dinheiro público, mas continua demitindo e cobrando uma alta tarifa do consumidor.
Rogério Hohn, do MAB, lembrou que o importante não é discutir as fontes de energia, mas sim quem está se apropriando dos lucros do setor e quem paga a conta. O preço da nossa energia é dado pela energia térmica, mais cara, embora a matriz seja hidráulica, barata. Nós entendemos que a grande capacidade que o Brasil tem hoje é na geração a partir da hidráulicas, mas não dá para defender as hidráulicas nesse modelo. Primeiro porque viola os direitos dos atingidos por barragens e segundo, por continuamos pagando a quinta tarifa mais cara do mundo.