MAB cobra comprometimento do MDA na reconstrução da Bacia do Rio Doce

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) cobrou do ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, o comprometimento na reconstrução da Bacia do Rio Doce, profundamente impactada pelo rompimento da barragem […]

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) cobrou do ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, o comprometimento na reconstrução da Bacia do Rio Doce, profundamente impactada pelo rompimento da barragem da Samarco (Vale e BHP Billiton).

O diálogo aconteceu em reunião na manhã desta segunda-feira (16) no Centro Pastoral da Arquidiocese de Mariana. A reunião também contou com a presença de representantes da Arquidiocese e da presidenta do Incra, Maria Lúcia Falcón.

FOTO: Joka Madruga

Na reunião, as entidades apresentaram os impactos já verificados, como a inviabilização da pesca. De acordo com Joceli Andrioli, da coordenação do MAB, a suspeita é que a situação demore no mínimo 15 a 20 anos para se normalizar. Apenas no leito do rio, são 1600 pescadores, sem contar os afluentes, que também sofrem impactos.

Além disso, a agricultura também foi impactada, pois as terras férteis da região, de relevo montanhoso, estão concentradas próximas ao rio e dependem de sua água para irrigação. “Há projetos de produção agroecológica e de recuperação das nascentes que levaram 30 anos para serem feitos e agora tudo se perdeu”, afirmou Joceli.

O MAB e a Arquidiocese apresentaram ao ministro a pauta emergiencial elaborada conjuntamente com os atingidos, que inclui moradia digna, verba de manutenção,direito a enterrar os mortos e a reconstrução das comunidades. Eles reforçaram que o essencial neste momento é que os atingidos sejam participantes ativos em todo processo.

Problema de modelo

Os participantes da reunião discutiram os impactos da mineração na região. “Quando você faz a crítica não é contra a mineração, mas contra métodos predatórios que colocam o lucro em primeiro lugar, acima da vida humana”, afirmou o padre Geraldo, coordenador do Centro Pastoral.

Ao final da reunião, o prefeito de Mariana, Duarte Júnior, esteve presente e reconheceu a importância do trabalho do Movimento e da Arquidiocese. As entidades reforçaram a importância de se construir uma mesa que unifique o processo de negociação entre empresa, esferas do poder público e os atingidos.

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