Prêmio “Falta d’Água” para Alckmin em SP

Ato político teve apresentação teatral e aula pública sobre a crise hídrica Ontem (13), manifestantes se reuniram na Praça do Patriarca, região central de SP, para a entrega simbólica do […]

Ato político teve apresentação teatral e aula pública sobre a crise hídrica

Ontem (13), manifestantes se reuniram na Praça do Patriarca, região central de SP, para a entrega simbólica do prêmio “Falta d’Água” ao governador Geraldo Alckmin.

O ato, organizado pelo Coletivo de Luta pela Água e Fórum dos Movimentos Sociais, contou com apresentações teatrais e uma aula pública sobre a crise hídrica.

A manifestação é uma referência ao prêmio “Lúcio Costa de Mobilidade, Saneamento e Habitação 2015”, entregue no mesmo dia ao governador estadual, em Brasília. Alckmin foi indicado à Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados por seu colega de partido, o deputado federal João Paulo Papa, mas não foi receber a estatueta pessoalmente – em seu lugar, o governador enviou o secretário de Recursos Hídricos, Benedito Braga, que em meio a vaias, recebeu a premiação.

Para o coordenador da Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental (FNSA) e do Coletivo de Luta pela Água, Edson Aparecido da Silva, a premiação de Alckmin é uma afronta a situação hídrica do estado.

“É um absurdo, não podemos aceitar que Alckmin, o principal responsável pela crise, seja homenageado enquanto a população sofre diariamente com a falta d’água”, afirma Edson.

Segundo ele, a situação da periferia ainda é gravíssima.

“Quem mais vai se prejudicar são as pessoas que moram na periferia, nas regiões mais afastadas, porque não têm como armazenar água”, aponta.

Durante a apresentação teatral, atores lembraram canções sobre a seca.

Após a apresentação, o microfine foi aberto para denúncias sobre o racionamento. Solange, com o filho no colo, questionou:

“Eu duvido, que lá na casa do Alckmin está faltando água. Na zona sul não falta água. Eles não sabem o que é ficar um dia todo sem água, e ter que pegar água da chuva pra dar banho nos seus filhos”, afirmou.

Uma aula pública sobre a gestão da Sabesp e a crise também foi apresentada aos participantes. 

Para o militante do MAB e membro do Coletivo de Luta pela Água, Gabriel Gonçalves, o panorama da crise hídrica atinge não somente as áreas urbanas, mas também as regiões rurais do estado.

“Lá no campo, o quadro também é grave. No interior do estado, ficamos dias sem água”, afirmou Gabriel. 

 

Gabriel apontou ainda a contradição entre o governo que fez da Sabesp uma empresa com faturamento anual de R$ 2 bilhões e, ao mesmo tempo, que terceiriza e precariza as condições de trabalho na companhia.

“Esse é o mesmo governo que fecha escolas rurais e que apoia o capital especulativo do setor imobiliário. É uma gestão que vai transformar a água em mercadoria”, conclui.