Lançamento da exposição reuniu mulheres e bordado feminista

No primeiro dia da exposição Arpilleras: bordando a resistência, atingidas de todo o Brasil exibiram as peças construídas ao longo de dois anos no Memorial da América Latina

Foto: Diego Souza Carlos/Memorial da América Latina

O que a ditadura chilena tem a ver com a construção de barragens no Brasil? Desde 2013, as mulheres organizadas no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) provaram que a relação é intrínseca.

“A dor e a opressão nunca serão comparáveis, mas provamos com essa exposição que o acúmulo de luta e resistência deve sempre ser compartilhado”, afirmou a coordenadora nacional do MAB, Ivanei Dalla Costa.

Foto: Diego Souza Carlos/Memorial da América Latina

Na última sexta-feira (25), o resgate da técnica de costura criada durante a ditadura chilena (1973-1990) ganhou materialidade na exposição Arpilleras: bordando a resistência, que agrupa 25 peças bordadas pelas atingidas por barragens e 12 peças de mulheres de seis países envolvidas em conflitos no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Esta exposição tem um significado histórico tanto para as mulheres, como também para o movimento como um todo. “Esta exposição significa um longo processo de auto-organização e empoderamento das mulheres atingidas, que são os sujeitos que mais sofrem com a construção de barragens no Brasil. Além disso, esta exposição demonstra que o movimento está ocupando um espaço que também é seu por direito”, explicou Ivanei.

Além das peças de bordado, o lançamento contou com a participação da banda Sambada, formada apenas por mulheres, e por um grupo chileno, que realizou uma apresentação de La Cueca, uma dança típica do Chile.

As 37 peças de bordado estarão expostas no Salão de Atos do Memorial da América Latina até o dia 25 de outubro. Na programação, também estão previstos exibições de filmes, oficinas e visitas guiadas. Confira: