Governo descumpre acordo e atingidos expulsam técnicos do INEA
Nesta manhã (30), agricultores do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) de Cachoeiras de Macacu/RJ, atingidos pela barragem do Guapiaçu, impediram o acesso de técnicos do Instituto Estadual do Ambiente […]
Publicado 30/07/2015
Nesta manhã (30), agricultores do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) de Cachoeiras de Macacu/RJ, atingidos pela barragem do Guapiaçu, impediram o acesso de técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (INEA) e representantes da Cohidro nas comunidades atingidas. A Cohidro é a empresa responsável pela elaboração do Eia/Rima da barragem.
A suspeita das famílias é que um dos objetivos da visita da equipe técnica era avançar nos laudos para liberação do licenciamento ambiental, que está suspenso desde maio de 2014, depois de muita luta e organização dos agricultores.
Na assembleia realizada em uma das comunidades atingidas no dia 6 de março deste ano, o secretario estadual de Ambiente, André Correa, disse que não iria gastar nem um centavo do orçamento em cimento enquanto não tivesse equacionado a situação das pessoas que moram na região.
Desde a visita do secretário os agricultores estão em vigília e entendem que a atitude dos técnicos do Inea e da Cohidro é um rompimento do acordo entre o governo do estado e as famílias, que não tem nenhum direito garantido e nada é mencionado nos estudos e relatórios de impacto da barragem.
Mais uma vez o governo do estado do Rio de Janeiro tem se mostrado completamente despreparado para tratar o tema dessa construção junto à população atingida. Fizemos um acordo, o secretário se comprometeu conosco e até agora nada foi indicado para as famílias. Por outro lado, querem retomar o licenciamento. Sem um diálogo franco e sem apresentarem garantias para os atingidos, nós impediremos todas essas visitas técnicas, argumentam lideranças locais.
No próximo dia 6 de agosto, os atingidos pela barragem do Guapiaçu estarão depondo na sessão da CPI da Crise Hídrica instalada na ALERJ. Eles irão fazer as denúncias do modo como estão sendo tratados pelo governo, entregar um dossiê que aponta mais de 800 famílias atingidas, ao invés de 281 indicadas no EIA/Rima, e entregar aos deputados a proposta de Projeto de Lei para a criação de uma política estadual de direitos para os atingidos por barragens.