Famílias despejadas há dois anos conquistam reassentamento em MG
Codevasf derrubou casas e expulsou 20 famílias há dois anos. Hoje, após muita mobilização dos atingidos, empresa cede terreno para reassentamento em Nova Porteirinha (MG). Maíra Gomes, do Brasil de […]
Publicado 25/11/2014
Codevasf derrubou casas e expulsou 20 famílias há dois anos. Hoje, após muita mobilização dos atingidos, empresa cede terreno para reassentamento em Nova Porteirinha (MG).
Maíra Gomes, do Brasil de Fato
Foram dois anos de insegurança, luta e sofrimento, mas finalmente Dona Elza pode dizer que tem seu pedaço de terra. Em novembro de 2012, o Brasil de Fato dava a notícia sobre a derrubada ilegal de casas e expulsão de famílias da Vila dos Goianos, no município de Nova Porteirinha, no Norte de Minas Gerais, quando Dona Elza perdeu sua casa e passou dias morando embaixo de um pé de manga.
Após um longo caminho de negociação, a Companhia do Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), responsável pelo despejo, se comprometeu a entregar um terreno à Prefeitura de Nova Porteirinha para reassentar os moradores atingidos. O local escolhido pelas famílias, com 30 hectares, estava cedido para a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) e, no dia 5 deste mês, foi publicado no Diário Oficial da União o retorno do terreno para a Codevasf.
O próximo passo é que o local seja passado oficialmente para a prefeitura. O prefeito disse que já assinou os documentos necessários para receber o terreno. Ali faremos um reassentamento urbano modelo, onde as famílias consigam a segurança necessária, com a possibilidade de produzir uma agricultura urbana que gere renda, aponta Moisés Borges, integrante da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que acompanha a luta desde o início.
Ele explica que os antigos moradores de Vila dos Goianos vão para o local junto com outras famílias, da Vila Furado de Oliveira, ambas atingidas pelo Projeto Gorutuba. O Projeto Gorutuba tem um histórico de violações muito grande, é uma obra da década de 1970 que tem um passivo social muito grande, denuncia Moisés.