Empresas do setor elétrico articulam ofensiva contra atingidos
Empresários reivindicam a redução dos direitos para as populações atingidas, a construção de barragens com lagos maiores e a facilitação na obtenção de licenças ambientais Os empresários que controlam o […]
Publicado 25/11/2014
Empresários reivindicam a redução dos direitos para as populações atingidas, a construção de barragens com lagos maiores e a facilitação na obtenção de licenças ambientais
Os empresários que controlam o setor elétrico brasileiro realizaram um encontro nacional, em maio deste ano, chamado de Fórum das Associações do Setor Elétrico Brasileiro (FASE), que reuniu as 17 associações empresariais de energia elétrica, entre elas a Associação Brasileira das Geradoras (ABRAGE) e a Associação dos Grandes Consumidores (ABRACE).
No encontro, as empresas definiram uma pauta que está em documento com 18 páginas, no qual constam as prioridades que querem cobrar da presidenta Dilma nos próximos anos. É uma pauta que tem como objetivo a manutenção e o aumento do lucro das empresas para reprodução e acumulação de capital.
Para que as populações atingidas por barragens possam entender melhor o que pode vir pela frente e o que terão que enfrentar, o MAB fez um estudo detalhado destas reivindicações empresarias no setor elétrico, e apresenta este resumo em forma de infográfico:
Estas são as principais reivindicações dos empresários que garante altas tarifas e novos aumentos na conta de luz. Mantém-se o controle das transnacionais sobre toda a energia, desde usinas até distribuidoras, além da tentativa constante de privatizar o restante que é controlado pelo governo. Além disso, com a redução no ganho dos trabalhadores e nos direitos das populações atingidas, querem reduzir os gastos sociais na construção das usinas para aumentar o lucro.
Plano prevê mais 30 novas hidrelétricas
O Ministério de Minas e Energia publicou recentemente o “Plano Decenal 2023”, um documento com cerca de 433 páginas, com previsões do setor energético para os próximos 10 anos.
Até o ano 2.023 o plano prevê acrescentar mais 71.000 MW de eletricidade ao sistema nacional, um acréscimo de 57%. Deste total, 34.000 MW virão de hidroeletricidade, mostrando que a prioridade é o uso dos rios. Outros 20.000 MW virão da construção de parques eólicos, 10.000 MW de térmicas a gás natural, 3.500 de placas solares e 4.000 da queima de biomassa (cana).
No documento estão previstas 30 novas hidrelétricas que estão localizadas nos rios do PA, MT, PR, RS, SC, MG, TO, RO, GO, PI, MA, BA, RJ e RR. Principalmente, nas bacias hidrográficas dos rios Teles Pires, Tapajós, Tocantins, Piquiri, Uruguai e Parnaíba. Já as PCHs estão espalhadas em grande parte dos rios do país.
O plano também estima que apenas 43.000 pessoas serão atingidas diretamente. Números certamente equivocados, já que somente em uma usina, Belo Monte, são cerca de 10 mil famílias já comprovadas, ou seja, mais de 40.000 pessoas. O MAB estima que mais de 200 mil pessoas serão atingidas.
Os investimentos totais no setor elétrico estão estimados em R$ 300 bilhões, sendo que 100 em hidrelétricas.