Bora lá
Vou-me embora do Brasil: Que solta sua alcateia com ranço de ditadura Que promete cura fácil para tanto preconceito Que no jeito brasileiro esconde a divisão de classe Que tolera […]
Publicado 09/11/2014
Vou-me embora do Brasil:
Que solta sua alcateia com ranço de ditadura
Que promete cura fácil para tanto preconceito
Que no jeito brasileiro esconde a divisão de classe
Que tolera o massacre de jovens e empobrecidos
Que deu de criar raposa no congresso nacional
E que fica à vontade com o capital imperialista.
Vou-me embora pro Brasil:
Que quer um povo de povos numa nação soberana
Que não se engana nem se contenta com as benesses do Estado burguês
Que fez da participação o cotidiano da vida
Que descobriu a saída no poder popular
Que põe ouvido nas vozes que clamam por Plebiscito
Que zomba do nervosismo do tal mercado global
Que sonha a internacional na classe trabalhadora.
Vou-me embora com o Brasil:
Que faça seu dever de casa com a emancipação do povo
Que troque a compensação pela distribuição de renda
Que resolva a pendenga entre capital e trabalho
Que dê um tapa na cara do tal Estado opressor
Que prefira a dor do parto a ser anestesiado
E que sonhe a liberdade se o tempo não rimar.