Bora lá

Vou-me embora do Brasil: Que solta sua alcateia com ranço de ditadura Que promete cura fácil para tanto preconceito Que no jeito brasileiro esconde a divisão de classe Que tolera […]

Vou-me embora do Brasil:

Que solta sua alcateia com ranço de ditadura

Que promete cura fácil para tanto preconceito

Que no jeito brasileiro esconde a divisão de classe

Que tolera o massacre de jovens e empobrecidos

Que deu de criar raposa no congresso nacional

E que fica à vontade com o capital imperialista.

 

Vou-me embora pro Brasil:

Que quer um povo de povos numa nação soberana

Que não se engana nem se contenta com as benesses do Estado burguês

Que fez da participação o cotidiano da vida

Que descobriu a saída no poder popular

Que põe ouvido nas vozes que clamam por Plebiscito

Que zomba do nervosismo do tal mercado global

Que sonha a internacional na classe trabalhadora.

 

Vou-me embora com o Brasil:

Que faça seu dever de casa com a emancipação do povo

Que troque a compensação pela distribuição de renda

Que resolva a pendenga entre capital e trabalho

Que dê um tapa na cara do tal Estado opressor

Que prefira a dor do parto a ser anestesiado

E que sonhe a liberdade se o tempo não rimar.