Aumento de 37% nas contas de luz afetará 10 milhões de pessoas em São Paulo

A partir do dia 27 de agosto de 2014, o reajuste nas contas de luz afetará 2,4 milhões de unidades consumidoras da Elektro, entre os estados de São Paulo e […]

A partir do dia 27 de agosto de 2014, o reajuste nas contas de luz afetará 2,4 milhões de unidades consumidoras da Elektro, entre os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul.


Foto: Joka Madruga

Nesta terça-feira (19), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou um reajuste de 37,78% nas tarifas de energia elétrica de 2,4 milhões de consumidores da Elektro.

O aumento, que entra em vigor no dia 27 de agosto, afetará as contas de luz de aproximadamente 10 milhões de pessoas, em 223 cidades no estado de São Paulo e 5 do Mato Grosso do Sul.

De acordo com o balanço da própria empresa, a receita líquida da Elektro neste último ano foi de R$ 3 bilhões e 550 milhões de reais, representando um lucro de R$ 323 milhões aos acionistas privados. Este lucro será aumentado enormemente com o reajuste.

A empresa, anteriormente controlada pela Companhia Energética de São Paulo (Cesp), foi privatizada em julho de 1998, passando às mãos da ENRON, uma empresa norte americana.

Posteriormente, em 2001, a ENRON entrou em processo de falência nos EUA e, a partir disso, a Elektro passou por uma série de mudanças de acionistas, até que em abril de 2011 foi adquirida pela Iberdrola, empresa espanhola que atua em 40 países.

Golpe nas contas de luz

Este é o maior reajuste das tarifas de distribuidoras de energia elétrica autorizado pela Aneel este ano. O diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, justificou que a decisão foi tomada devido ao aumento do preço da energia no ‘mercado não-regulado’.

Todas as 64 distribuidoras de energia do país têm grande parte da energia adquirida a partir de contratos fixos com as geradoras (hidrelétricas). Entretanto, desde o começo do ano, muitas empresas perderam diversos contratos de compra de energia e, com isso, passaram a comprar energia no ‘mercado livre’, ou de ‘curto prazo’.

Isso ocorreu, principalmente após as empresas Cesp, Cemig e Copel, todas controladas por governos do PSDB, não terem aceitado a renovação dos contratos de concessão das hidrelétricas, através da Medida Provisória 579, que resultou a diminuição de aproximadamente 20% no preço da luz.

Na ocasião, a presidenta Dilma Rousseff antecipou a renovação dos contratos de concessão das hidrelétricas estatais, diminuindo o valor de venda da energia dessas hidrelétricas que já tem seu valor amortizado, ou seja, com investimentos iniciais já pagos pelo povo brasileiro ao longo dos anos.

Para o coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) na região do Vale do Ribeira, Ubiratã de Souza, este aumento representa um golpe à população.

“Este aumento representa um verdadeiro golpe à população aqui do Vale do Ribeira e dos demais municípios atendidos pela Elektro no Estado de São Paulo. Falo isso porque este aumento se deve principalmente à política comandada por Geraldo Alckmin, que não aceitou renovar as concessões das barragens e preferiu satisfazer os acionistas privados, ao invés de priorizar a população paulistana”.

O coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens prevê que este aumento exorbitante nos preços da energia elétrica no Estado de São Paulo certamente será alvo de muitas críticas e protestos tanto dos consumidores residenciais quanto da indústria e comercio que dependem da energia elétrica para o desenvolvimento das atividades.

Confira o vídeo, realizado pelo Coletivo de Comunicação do MAB, sobre o “golpe” nas contas de luz:

 

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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