Plataforma realiza audiência pública sobre o aumento das tarifas de energia em Belém

No primeiro dia do Seminário Amazônico, organizações da Plataforma Operária e Camponesa realizam Audiência Pública sobre o aumento das tarifas de energia elétrica na Assembleia Legislativa do Pará Atingidos por […]

No primeiro dia do Seminário Amazônico, organizações da Plataforma Operária e Camponesa realizam Audiência Pública sobre o aumento das tarifas de energia elétrica na Assembleia Legislativa do Pará

Atingidos por barragens, trabalhadores do setor elétrico, petroleiros, professores, camponeses e indígenas realizam, hoje e amanhã (19 e 20), o Seminário Amazônico sobre Política Energética em Belém (PA).

Articulado através da Plataforma Operária e Camponesa para a Energia, o seminário nesta manhã com uma Audiência Pública, na Assembleia Legislativa do Estado do Pará, sobre o aumento das tarifas de energia elétrica.

Durante a Audiência, a Celpa (Centrais Elétricas do Pará) justificou o aumento 34,34% sobre as tarifas de energia elétrica pela necessidade da compra de energia elétrica no mercado de curto prazo. Essa necessidade surgiu após a negativa das geradoras que não quiseram renovar os contratos de concessão no ano passado, através da Medida Provisória 579.

Na ocasião, a presidenta Dilma Rousseff antecipou a renovação dos contratos de concessão das hidrelétricas estatais, diminuindo o valor de venda da energia dessas hidrelétricas que já tem seu valor amortizado, ou seja, já foram pagas pelo povo brasileiro ao longo dos anos.

Entretanto, empresas controladas pelos governos estaduais do PSDB de São Paulo, Paraná e Minas Gerais não aceitaram a renovação e passaram a vender energia ao preço de R$ 822,00 MWh.

Segundo o estudo do Dieese o aumento da tarifa de energia para os consumidores residenciais foi em 34, 34%, e para as indústrias foi de 36%. Isso causará um efeito, o que provavelmente afetará a orçamento dos serviços e dos demais bens de consumo.

Apesar do reajuste, a Celpa, privatizada há treze anos, ocupa a última colocação no critério da qualidade de energia das 63 empresas que distribuem energia elétrica no Brasil. Enquanto cada brasileiro ficou durante o ano de 2012 em média 20 horas sem energia, os paraenses ficaram mais de 100 horas. As perdas de energia da Celpa chegam a 35%, sendo 1/3 assumido pela empresa e 2/3 pelos consumidores.

No dia 5 de agosto, data de anúncio do reajuste, diversos movimentos sociais saíram às ruas nos municípios paraenses para protestar contra os abusos cometidos pela Celpa contra a população.

Das 1.457 reclamações registradas pelo PROCON no Pará no primeiro semestre de 2014, quase metade (717) foram contra a Rede Celpa. As principais reclamações são quanto a cobranças abusivas.

Para a integrante da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Daiane Hohn, o debate evidenciou que o modelo elétrico brasileiro vigente está organizado de forma a privilegiar os grandes consumidores em detrimento da população brasileira.

“Os integrantes da Plataforma Operária e Camponesa para a Energia demonstraram a necessidade de se romper esse modelo e avançar no Projeto Energético Nacional, onde a energia não será mais considerada uma mercadoria”, afirmou.

Este é o primeiro de uma série de seminários que serão realizados em todas as regiões do Brasil até o final de setembro. A partir dos debates, a Plataforma encaminhará suas propostas aos candidatos à presidência da república.

Confira o vídeo, realizado pelo Coletivo de Comunicação do MAB, sobre o “golpe” nas contas de luz:

 

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro