Militantes do MAB apresentam experiências de luta e resistência no Fórum Social Temático da Energia
Na última sexta-feira, dia 8 de agosto de 2014, iniciou-se o Fórum Social Temático sobre Energia, em Brasília na UnB (Universidade de Brasília). Durante o período da manhã foi realizada […]
Publicado 11/08/2014
Na última sexta-feira, dia 8 de agosto de 2014, iniciou-se o Fórum Social Temático sobre Energia, em Brasília na UnB (Universidade de Brasília). Durante o período da manhã foi realizada a mesa A resistência e luta dos atingidos por barragens: em Belo Monte Rio Tapajós Rio Madeira Garabi e Panambiorganizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens.
Militantes das regiões atingidas socializaram experiências de luta e resistência contra os projetos hidroelétricos e em defesa dos direitos humanos das famílias afetadas. Segundo Teresa Maciel Pessoa há anos os pescadores do rio Uruguai sofrem com os graves efeitos das várias hidrelétricas já construídas nesta bacia.
Construir Garabi e Panambi é o mesmo que decretar de vez a morte desse rio. Continuaremos lutando, já ocupamos o escritório da empresa, trancamos o Porto Internacional de Porto Xavier e faremos outras mobilizações enquanto permanecerem negando nossos direitos, afirma Teresa.
As experiências apresentadas e a discussão entre os participantes no espaço apontaram para a importância da organização das famílias nas regiões afetadas e ameaçadas por barragens, pois os processos existentes onde as obras já se iniciaram, mostram que a legislação em si mesma, acordos firmados com empresas e governos só se efetivam com controle e luta popular.
Organizações de Trabalhadores da Plataforma Operária e Camponesa para Energia discutem as contradições no modelo do sistema elétrico brasileiro.
Na parte da tarde, foi realizada a mesa O atual modelo energético e as alternativas populares com a participação deGustavo Teixeira (FNU Federação Nacional dos Urbanitários/DIEESE), Cloviomar Cararine (FUP Frente Única dos Petroleiros/DIEESE), José Josivaldo (MAB), militantes de organizações que compões a Plataforma Operária e Camponesa e Energia (POCE). A atividade faz parte do Fórum Social Temático sobre Energia que acontece de entre os dias 7 e 10 na Universidade de Brasilia (UnB).
A POCE vem reunindo nos últimos anos diversas organizações de trabalhadores do campo e da cidade, buscando acumular análises mais aprofundadas sobre as contradições presentes no modelo de produção e distribuição de energia vigente no Brasil. Este precisa ser enfrentado, não somente ao que concerne a ciência e a tecnologia, que são importantes, porém sem mobilização e pressão popular são incapazes de modificar suas bases calcadas na geração de lucro para grandes empresas transnacionais.
Segundo José Josivaldo, coordenador do MAB, fazer somente uma discussão sobre a mudança da matriz energética não significa resolver os problemas que o setor elétrico tem causado ao povo brasileiro. É necessário revelar o seu funcionamento, pois enquanto a energia for produzida para abastecer grandes indústrias eletrointensivas, com tarifas subsidiadas e com ampla liberdade para que os especuladores gerem lucros extraordinários ao longo de concessões de 30 anos, a conta continuará a ser repassada e aos consumidores.
Não podemos deixar que grande parte da sociedade brasileira seja levada por esse falso discurso da escassez, criado para promover mais e mais construções de barragens, que têm violado gradativamente os direitos humanos das famílias atingidas, conclui Josivaldo.