Juventude do campo escracha mercado de agrotóxicos em Rondônia

Por Maura SilvaDa Página do MST Cerca de 100 jovens da Via Campesina presentes no Acampamento Estadual da Juventude, em Rondônia, realizaram um ato pela Reforma Política e escracharam a […]

Por Maura Silva
Da Página do MST

Cerca de 100 jovens da Via Campesina presentes no Acampamento Estadual da Juventude, em Rondônia, realizaram um ato pela Reforma Política e escracharam a Casa da Lavoura, mercado que vende agrotóxicos, na manhã desta quarta-feira (10).

Músicas, faixas e panfletos foram alguma das ferramentas utilizadas pela juventude, que se dividiram em três frentes e ocuparam todos os espaços da cidade para denunciar os limites do atual sistema político, a precariedade da educação no campo e para apontar os males causados com a utilização dos venenos agrícolas. 

Desde o último dia 3 de julho, a juventude dos movimentos sociais do campo, como MST, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), estão reunidos na cidade de Ouro Preto do Oeste no Acampamento Estadual Juventude da Via Campesina. 

Segundo Walisson Rodrigues, coordenador da Via Campesina em Rondônia, o objetivo da jornada é levar para o cotidiano da população do campo temas poucos discutidos, mas que afetam diretamente a realidade desta população. 

“Estamos fazendo panfletagens nas escolas, com apresentações de teatro e aulas públicas sobre educação. Também vamos aos hospitais para falar da importância do Plebiscito Constituinte, na promoção de mudanças do nosso sistema político brasileiro, e denunciamos o mercado de agrotóxicos que, dentre outras coisas, acelera o êxodo rural nas regiões camponesas”. 

Outro tema presente nas discussões é a diminuição de escolas nas zonas rurais e a implementação do ensino à distância pelo governo estadual, motivo de apreensão entre os movimentos sociais do campo.

Para Raul Amorim, do coletivo nacional da juventude do MST, mobilizações como essa fazem parte da insatisfação que toma conta da juventude camponesa no Brasil.

“As escolas estão sendo fechadas e o governo estadual de Rondônia promove cada vez mais o ensino à distancia na região. Isso é inaceitável diante do atual cenário educacional que vivemos. Esse acampamento é uma maneira de nos organizarmos contra a ofensiva do modelo de agricultura do agronegócio”, acredita. 

Segundo dados do Censo Escolar do Ministério da Educação (MEC), na última década mais de 37 mil escolas foram fechadas nas zonas rurais em todo o país. 

O acampamento, que termina nesta quinta-feira (10), faz parte da preparação para o Acampamento Internacional da Juventude da Via Campesina, que acontece no mês de novembro, na cidade Foz do Iguaçu (PR). 

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro