Eletropaulo aumentará contas de luz em 18%
A distribuidora de energia AES Eletropaulo conseguiu aprovação da Aneel para reajustar em 18% as tarifas de energia de quase sete milhões de consumidores atendidos em São Paulo por Guilherme […]
Publicado 03/07/2014
A distribuidora de energia AES Eletropaulo conseguiu aprovação da Aneel para reajustar em 18% as tarifas de energia de quase sete milhões de consumidores atendidos em São Paulo
por Guilherme Weimann
A partir desta sexta-feira (04), 6,7 milhões de consumidores, espalhados por 23 municípios paulistas, sentirão um aumento significativo em suas contas de luz. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou hoje (03) um reajuste médio de 18% nas tarifas de energia elétrica da AES Eletropaulo as residências terão aumento de 18,66% e a indústria 19,93%.
A distribuidora alega que o alto índice do reajuste é resultado da compra de energia no mercado não regulado, cujos preços aumentam em período de seca, devido à intensa procura. Entretanto, os relatórios anuais do consórcio apresentam níveis crescentes de lucratividade.
Entre os anos de 2006 e 2012, o lucro líquido foi de 6, 204 bilhões de reais. Apenas no ano passado, a distribuidora lucrou 198 milhões de reais, que são destinados quase em sua totalidade aos acionistas estrangeiros.
Além disso, a AES Eletropaulo faz parte de um grande conglomerado de energia, o grupo estadunidense AES. Além da distribuidora paulista, o grupo detém outros consórcios, como a AES Sul distribuidora que atende 1,2 milhão de consumidores em 118 municípios do Rio Grande do Sul e a AES Tietê dona de 10 usinas hidrelétricas com cerca de 2650 MW de potência no rio Tietê.
Esta última concede aproximadamente 25% da energia comercializada pela AES Eletropaulo, através de contratos bilaterais. Pertencente ao mesmo dono, a AES Tietê vendeu energia, em 2013, ao preço de R$ 194,19/MWh para a Eletropaulo, enquanto as hidrelétricas federais vendem energia a R$ 33,00/MWh.
Eletropaulo será obrigada a devolver 600 milhões cobrados indevidamente
O reajuste de 18% poderia ser maior, mas a Aneel definiu o ressarcimento de R$ 626, 052 milhões cobrados indevidamente dos consumidores pela Eletropaulo. Este valor foi arrecadado da população para cobrir o investimento de 246 mil metros de cabos na base de ativos, que nunca foi realizado pela empresa.
Desse valor, 50% foram subtraídos do reajuste deste ano, que seria de 21% (3% a mais que os 18% aprovados). A outra metade será retirada dos valores do próximo reajuste, que ocorre no ano que vêm.