Curso reúne mais de mil pessoas para debater Plebiscito
Primeiro de caráter massivo, curso de formação reúne mais de mil pessoas em São Paulo por Guilherme Weimann No último sábado (24), mil e cem pessoas, de aproximadamente oitenta municípios, […]
Publicado 26/05/2014
Primeiro de caráter massivo, curso de formação reúne mais de mil pessoas em São Paulo
por Guilherme Weimann
No último sábado (24), mil e cem pessoas, de aproximadamente oitenta municípios, reuniram-se na Quadra do Sindicato dos Bancários, localizada no centro de São Paulo, para o curso de formação do Plebiscito Popular pela Constituinte Soberana e Exclusiva do Sistema Político, denominado Curso dos Mil.
Em todo o Brasil, mais de 400 comitês e milhares de pessoas já aderiram à construção do plebiscito pela reforma política. Organizado por diversas organizações sindicais e populares, o Plebiscito será realizado entre os dias 1 e 7 de setembro.
Neste período, toda a população poderá responder à pergunta: Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?
Resposta às ruas
Durante a abertura da plenária, o deputado federal Renato Simões relembrou as circunstâncias que levaram as diversas organizações populares a construírem o Plebiscito. Aquele famoso não me representa esteve presente em praticamente todas as manifestações de junho. E de fato esse sistema político não nos representa.
Para o deputado, o Plebiscito servirá justamente para politizar as reivindicações que emanaram das ruas nas últimas mobilizações de junho. Melhorias na saúde, educação, transporte e contra a corrupção só poderão ter concretizadas com uma mudança estrutural no sistema político.
Também neste sentido, a integrante da Marcha Mundial de Mulheres (MMM), Sonia Coelho, relembrou que todas as formas de exclusão são resultado do atual sistema político. Nós vivemos em um sistema capitalista, patriarcal e racista. Esses três elementos se retroalimentam. Não existe, por exemplo, capitalismo sem racismo.
Para Sonia, é necessário combater a subrepresentação das mulheres, dos negros e dos indígenas, presente em todos os âmbitos da sociedade atualmente. As mulheres, por exemplo, apesar de representarem 51% do eleitorado, têm apenas 8% de representação na Câmara dos Deputados.
Democracia direta já!
Em sua fala, o coordenador da Central de Movimentos Populares (CMP), Raimundo Bonfim, afirmou que o Plebiscito Popular não se restringe apenas à reforma do sistema eleitoral ou melhorias nos canais de democracia representativa.
Segundo Raimundo, é essencial a luta pelo fim do sistema privado de campanha, por exemplo, mas a luta estratégica do Plebiscito é aumentar e legitimar os espaços de democracia direta da população.
Hoje em dia, os canais institucionais de democracia direta não tem caráter deliberativo e é isso que nós temos que mudar. Precisamos aperfeiçoar os espaços de democracia direta no nosso país, afirmou Raimundo.
Faltando três meses para o Plebiscito, esta foi a primeira formação de caráter massivo. Nos próximos meses, a proposta dos organizadores é realizar Cursos dos Mil em todos os estados brasileiros.