Atingidos realizam seminário sobre modelo energético em SC
Atingidos denunciaram a privatização de Três Irmãos e os possíveis aumentos nas tarifas de energia elétrico. Além disso, exigiram o cancelamento dos estudos das hidrelétricas de Itapiranga e Garabi e […]
Publicado 28/03/2014
Atingidos denunciaram a privatização de Três Irmãos e os possíveis aumentos nas tarifas de energia elétrico. Além disso, exigiram o cancelamento dos estudos das hidrelétricas de Itapiranga e Garabi e Panambi
Fotos: Joka Madruga
Representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná e trabalhadores eletricitários, além de representantes da Eletrosul, participaram, na manhã desta sexta-feira (28), de um seminário sobre o modelo do setor energético nacional, em Florianópolis (SC).
Dentre os vários pontos discutidos durante o evento, o principal foi a denúncia da privatização da Usina Hidrelétrica Três Irmãos, localizada entre os municípios de Andradina e Pereira Barreto, no interior de São Paulo.
Controlada pela Companhia Energética de São Paulo (CESP) até 2011, a usina não entrou na renovação das concessões proposta pelo governo federal no final de 2012. Isso porque os governadores do PSDB (São Paulo, Minas Gerais e Paraná) boicotaram a redução das tarifas de energia viabilizada pela medida proposta pela presidenta Dilma Rousseff.
Antes de saber do resultado do leilão o ganhador foi o Consórcio Novo Oriente, formado pela estatal Furnas (49,9%) e pelo fundo de investimento Constantinopla (50,1%) o MAB defendia a incorporação da usina pela Eletrobrás, impedindo assim a privatização.
O governo foi covarde em não manter Três Irmãos sob controle do Estado. Isso porque ela é uma usina totalmente amortizada, ou seja, com seu investimento já pago pelo povo brasileiro e, por isso, poderia oferecer a energia mais barato do Brasil, afirmou Robson Formica, da coordenação nacional do MAB. Esta pode ser a primeira de uma série de 36 hidrelétricas que podem ser privatizadas nos próximos anos.
O MAB também cobrou da Eletrosul a criação da Política Nacional de Direitos para as Populações Atingidas por Barragens (PNAB), além do Fundo Social para o pagamento da dívida história do Estado com as comunidades atingidas que não tiveram nenhuma forma de reparação. A estatal se comprometeu em apoiar as pautas frente ao governo federal.
Além disso, foi reafirmado o pedido de cancelamento das hidrelétricas de Itapiranga e do Complexo Binacional Garabi e Panambi, atualmente em período de estudos.