Atingidos por barragens protestam em frente ao BNDES
MAB denuncia responsabilidade do banco nas violações de direitos e cobra a criação de um programa de desenvolvimento para as comunidades atingidas Desde as 08 horas desta quinta-feira (27), aproximadamente […]
Publicado 27/03/2014
MAB denuncia responsabilidade do banco nas violações de direitos e cobra a criação de um programa de desenvolvimento para as comunidades atingidas
Desde as 08 horas desta quinta-feira (27), aproximadamente 200 atingidos por barragens protestam em frente ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), localizado no Rio de Janeiro. Integrantes do Levante Popular da Juventude e Sindipetro de Duque de Caxias também participam da atividade.
O protesto visa denunciar a conivência do órgão público em relação às violações dos direitos dos atingidos na construção de barragens no Brasil. Além disso, reivindica um suporte do banco para a criação de um Programa de Recuperação e Desenvolvimento das Comunidades Atingidas por Barragens.
Nos últimos 10 anos, o BNDES já desembolsou cerca de R$ 1 trilhão de reais em financiamentos. Com a crise de 2008, ele passou a desempenhar um papel estatal cada vez mais estratégico, com receita de R$ 150 bilhões ao ano.
Na área de energia, de 2002 a 2012, foram cerca de 650 projetos financiados aos setores empresariais, que somam aproximadamente R$ 200 bilhões. Neste período, foram mais de 150 hidrelétrica (usinas e pequenas centrais hidrelétricas) financiadas em todo o país, somando mais de R$ 60 bilhões ao BNDES.
Entretanto, o MAB denuncia que, apesar desse aporte bilionário ao setor energético, praticamente nada foi destinado aos atingidos. Apesar de todo esse dinheiro investido no desenvolvimento energético do país, praticamente nada sobrou aos atingidos, afirmou Gilberto Cervinski, integrante da coordenação nacional do MAB.
A proposta do MAB é que o BNDES destine R$ 50 milhões de reais, juntamente com organismos governamentais e parceiros nos estados e regiões, para a viabilização do Programa de Desenvolvimento das Comunidades Atingidos por Barragens. Este valor representa apenas 0,08% do investimento do banco na construção de hidrelétricas nos últimos 10 anos.
O programa pretende recuperar e desenvolver comunidades e municípios atingidos pelas obras, com o fortalecimento da produção e geração de trabalho, melhoria das condições de vida dos atingidos, da infraestrutura produtiva (vias de acesso e escoamento da produção, água, energia, estocagem e comercialização) e sociail (atendimento à saúde, educação, formação profissional).
O MAB aguarda uma reunião com o presidente do órgão, Luciano Coutinho, para encaminhar os pontos reivindicados.