Mulheres questionam modelo de desenvolvimento para o Tapajós
Entre os dias 7 e 9 de março, cerca de 35 mulheres organizadas no Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, na Comissão Pastoral da Terra CPT e no […]
Publicado 08/03/2014
Entre os dias 7 e 9 de março, cerca de 35 mulheres organizadas no Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, na Comissão Pastoral da Terra CPT e no Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Itaituba – STTR, reuniram-se na sede do sindicato para debater os grandes projetos planejados para o Oeste do Pará e os impactos sociais e ambientais que essas obras poderão causar na vida das mulheres da região.
Hidrelétricas, portos, avanço do agronegócio, privatização de estradas, mineração, entre outros, fazem parte do pacote de empreendimentos em prol do desenvolvimento planejado para a região. As hidrelétricas nesse contexto tem sido o carro chefe e terá o maior investimento de recursos das empresas multinacionais.
Durante o encontro foram debatidas as contradições sociais decorrentes dessas obras, no qual começa aflorar na cidade de Itaituba. O aumento da população, dos preços dos alimentos, especulação imobiliárias, precarização de serviços básicos como a saúde e educação foram as principais questões debatidas pelas mulheres.
Outro fator debatido com ênfase foi o aumento gradativo da violência na cidade de Itaituba, no qual as mulheres tem sido as principais vitimas. Para a presidente do STTR, Maria do Socorro, a preocupação maior é que com a chegada das pessoas em busca de empregos, essa violência possa aumentar.
Desenvolvimento para que e para quem? tem sido o principal questionamento feito pelo MAB. Enquanto mulheres é preciso debater e questionar esse modelo de desenvolvimento planejado para a região, pois seremos diretamente atingidas, ressalta Raione Lima, militante do movimento.
Apesar do discurso desenvolvimentista, esse modelo não tem sido pensado para beneficiar a população local.
Ao finalizar o encontro as mulheres tiraram como encaminhamento construir e fortalecer um espaço específico de organização das mulheres da região e a construção de lutas em prol de um desenvolvimento para o Tapajós que contemple as populações locais.