Crianças atingidas fazem a festa em preparação para o 14 de Março

No último sábado (15 de fevereiro), o acampamento Novo Horizonte, em Brasil Novo (PA), amanheceu colorido, não apenas pela mistura de cores dos arco-íris anunciadores das temidas chuvas de inverno […]

No último sábado (15 de fevereiro), o acampamento Novo Horizonte, em Brasil Novo (PA), amanheceu colorido, não apenas pela mistura de cores dos arco-íris anunciadores das temidas chuvas de inverno que alagam anualmente a Transamazônica, mas pelos resquícios de açucares dos algodões doces distribuídos para as mais de 160 crianças acampadas, além das púrpuras, tintas, cartazes, maquiagens, enfeites e apetrechos que coloriram os rostos e vestes de todos os participantes.

A festa é uma atividade em preparação para a Jornada Nacional de Lutas do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) que acontecerá na semana de 11 a 14 de março. Em Altamira, os atingidos por Belo Monte vão fazer um grande acampamento para cobrar os direitos. Durante os dias da atividade, as crianças participarão da “Ciranda do MAB”, espaço onde acontecerão diversas atividades referentes aos temas da conjuntura da região de forma lúdica e pedagógica.

O acampamento “Novo Horizonte” é uma proposta de reassentamento urbano organizada por mais de 100 famílias no município de Brasil Novo no Oeste Paraense. São famílias de gente trabalhadora distribuídas entre homens, mulheres, crianças e jovens que em Janeiro de 2013 ocuparam um espaço de terra pertencente ao governo federal. Espaço esse que funcionava como ponto de venda de drogas, prostituição e diversos problemas sociais. As famílias acampadas, organizadas no Movimento dos Atingidos por Barragens assumiram o compromisso de ocupar a terra e utilizá-la como fonte se sustento, moradia e urbanização.

Sandra Ribeiro, uma das moradoras do Novo Horizonte, disse que a Ciranda é importante e fundamental para o acampamento, pela quantidade de crianças moradoras e pela necessidade de formação crítica da realidade e para que as mães tenham um tempo livre e possam participar das atividades e debates. “Enquanto as crianças aprendem e se divertem, os país participam das reuniões” disse ela.

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