Marcha pelos rios livres chega ao fim na Argentina
por Vilson Winkler Fotos: Loni Dei Ricardi No último sábado (28), a “Marcha pelo Sim à vida, a liberdade dos rios e pelo Não às represas chegou ao fim na […]
Publicado 01/10/2013
por Vilson Winkler
Fotos: Loni Dei Ricardi
No último sábado (28), a “Marcha pelo Sim à vida, a liberdade dos rios e pelo Não às represas chegou ao fim na Praça 9 de Julho, município de Posadas, após uma semana de caminhada e 150 quilômetros percorridos pela província de Misiones, na Argentina.
A atividade, que reuniu mais de 10 mil pessoas, exigiu a defesa dos rios livres e a realização de um plebiscito popular sobre a realização da construção das barragens do Complexo Binacional Garabi e Panambi, conforme prevê o Artigo 6 da Lei nº 56 de 2011, que estabelece que o governo de Misiones é obrigado a consultar a população antes do início da construção de qualquer hidrelétrica.
O Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Pérez Esquivel, presente no ato, enfatizou a necessidade da rebeldia frente às injustiças e de se lutar pela vida, pela dignidade e pelos direitos dos povos.
Para Eduardo Lujam, ambientalista e integrante da Mesa Provincial No a Las Represas, que reúne 41 organizações, esta marcha vai terminar apenas no dia que existir uma lei que definitivamente proíba as represas em Misiones. Quando isto acontecer teremos alcançado nosso objetivo, que é preservar nossa província para as futuras gerações, apontou.
Lujam também comparou a atual situação de Garabi e Panambi com a barragem de Yaciretá. Os misioneros se deram conta do engano que foi com o povo explorado na construção da barragem Yaciretá, quando sentimos na carne os efeitos devastadores das represas, as pessoas retiradas de suas casas e levadas aos gritos, disse.
Diversas autoridades, como o professor Raul Aramendes (integrante da Mesa Provincial), também se pronunciaram em defesa da água, da terra e do meio ambiente, e repudiaram as atitudes prepotentes e autoritárias do governo provincial e nacional em avançar com os projetos de barragens na região.
As hidrelétricas de Garabi e Panambi, que poderão atingir 12.600 famílias, são resultado de uma parceria entre a estatal brasileira Eletrobrás com a empresa argentina Empreendimentos Energéticos Binacionales S.A. (EBISA).