Ameaçados por Garabi e Panambi mantem decisão de paralisar estudos

Na última quinta-feira, dia 12 de setembro, cerca de mil atingidos pela barragem de Garabi e Panambi, além representantes de igrejas, prefeitos e vereadores dos municípios da região, deputados e […]


Na última quinta-feira, dia 12 de setembro, cerca de mil atingidos pela barragem de Garabi e Panambi, além representantes de igrejas, prefeitos e vereadores dos municípios da região, deputados e representantes da FETAG e da CUT participaram de uma grande reunião realizada no município gaúcho de Alecrim. As barragens de Panambi e Garabi estão previstas para a divisa entre o Brasil e a Argentina, no rio Uruguai.

A reunião havia sido definida ainda durante as mobilizações realizadas no mês de agosto, no dias 21 e 22, quando os agricultores mobilizados exigiram que a empresa que está fazendo os estudos de viabilidade das barragens paralisasse os trabalhos até, no mínimo, a data deste dia 12. A principal argumentação foi de que a população queria ser ouvida e deveria receber informações antes que se iniciasse qualquer fase de trabalho na barragem.

Animados pelos resultados do Encontro Nacional do MAB, que aconteceu no início do mês em São Paulo, e pela decisão de intensificar as lutas contra as agressões que os atingidos vem sofrendo, os ameaçados pelos projetos de Garabi e Panambi decidiram manter a decisão de impedir que as empresas realizem os estudos na região. 

Além disso, os ameaçados definiram que nos próximos dias o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) juntamente com as representantes das igrejas católica e luterana da região estarão acompanhando a empresa em reuniões a serem realizadas nos 19 municípios ameaçados a fim de que esta esclareça e ouça as demandas da população.

Ainda ficou estabelecido que no dia 4 de outubro haverá uma grande assembleia no município de Santa Rosa com presença do Senhor Valter Cardeal, representante da Eletrobrás, e dos Secretários de Estado, Marcelo Daneris e Ivar Pavan, que integram um grupo de trabalho criado pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul.

O clima na região é de animo pela organização das famílias e pelos resultados que conjuntamente estão conquistando. “Estaremos lutando unidos até que garantiremos nossas demandas. Não aceitaremos que nos despejem de nossas casas e terras sem nenhum esclarecimento e nenhuma garatia”, disse um dos ameaçados ao final da reunião.

Fotos: Sirlene Filipowitz

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