MAB participa de debate com estudantes sobre barragens no Tapajós

Cerca de 200 pessoas, entre estudantes, professores, ribeirinhos e indígenas participaram de um debate sobre grandes empreendimentos e o desenvolvimento na Amazônia promovido pela FAT – Faculdade do Tapajós, nesta terça-feira (07) na cidade de Itaituba, oeste do Pará.

Durante a discussão, além de apresentar sua história, origens e objetivos, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) debateu sobre os verdadeiros interesses que estão em torno do Complexo Tapajós, que pretende construir sete barragens na bacia do rio Tapajós, sendo elas UHE Cachoeira do Caí (802 MW), UHE Jamanxim (881 MW), UHE Cachoeira dos Patos (528 MW), UHE Chacorão (3.336 MW), UHE Jardim de Ouro (227 MW), UHE Jatobá (2.338 MW) e UHE São Luiz do Tapajós (3.369 MW).

Respondendo a diversas perguntas dos presentes, Thiago Alves, membro da coordenação estadual do MAB no Pará, insistiu durante todo o evento de que é necessário construir um processo de resistência organizada contra os grandes empreendimentos e que a luta não é apenas contra as barragens.

“O cancelamento das barragens deve ser um dos objetivos da luta popular porque elas não correspondem aos interesses do povo, mas não adianta pararmos por aí se nesta mesma região avança a monocultura da soja e se constroem portos, rodovias e ferrovias para facilitar a exportação de nossas riquezas. O debate e a resistência tem que ser por outro modelo de desenvolvimento e para isso precisamos de muita gente consciente e organizada”, afirmou.

No debate também estavam presentes representes do povo indígena Munduruku, que poderá ter parte de suas terras alagadas pelo Complexo Tapajós, e também moradores de Pimental, comunidade ribeirinha ameaçada. Na mesa de discussão, além do MAB, estava o Diálogo Tapajós, equipe de comunicação contratada pelas empresas que estão pagando os estudos prévios para as barragens de São Luiz do Tapajós e Jatobá e que falaram em nome dos empreendedores.