Agricultores da Transamazônica cobram direitos do poder público

Após fazer um protesto que trancou a Transamazônica na semana passada, os agricultores da região de Altamira conseguiram realziar uma reunião com autoridades nesta segunda-feira (22) para exigir seus direitos. […]

Após fazer um protesto que trancou a Transamazônica na semana passada, os agricultores da região de Altamira conseguiram realziar uma reunião com autoridades nesta segunda-feira (22) para exigir seus direitos. Entre os principais pontos da pauta estava o acesso à energia elétrica, reformas e sinalização nas estradas, acesso ao transporte escolar e regularização fundiária.

Somente entre a cidade de Altamira e o km 40 da Transamazônica, há mais de 100 famílias sem acesso à energia elétrica, mesmo morando debaixo de um linhão. Diante desse diagnóstico, Cleide, representante da Casa de Governo, , ligada à Secretaria da Presidência da República, anunciou a retomada do programa Luz Para Todos na região, congelado desde a falência da distribuidora Celpa.

Com relação às estradas, os moradores vivem o problema crônico da falta de asfaltamento em trechos da Transamazônica e da má condição das pontes (simples tocos de madeira). Com o aumento do trânsito devido à construção da barragem de Belo Monte, tem crescido muito o número de acidentes, por isso os moradores exigem que o Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) construa lombadas e melhores a sinalização.

O DNIT se comprometeu a concluir, até fevereiro de 2014, o asfaltamento completo do trecho da Transamazônica entre Altamira e Medicilândia, além de realizar as obras pendentes ainda neste ano nas vicinais 11 e 12 e atualizar os projetos das pontes de concreto (atualmente, as pontes da rodovia são de maneira).

Com relação ao transporte escolar, foi a vez da prefeitura de Altamira, representada pelo secretário administrativo, Fabiano Bernardo, se comprometer a realizar os novos contratos com motoristas e pagar os salários atrasados dos atuais.

Sobre a regularização fundiária, na comunidade da Pioneira, por exemplo, uma das mais antigas regiões de colonização da Transamazônica, 37 das 75 famílias moradoras não possuem terras e as que possuem, sem condições de produzir, estão se vendo forçadas a vender seus lotes para fazendeiros. Diante desse problema, o Incra anunciou que vai incluir a região no programa Terra Legal e solicitou o cadastramento das famílias sem terra.

Os agricultores reconheceram o avanço da pauta no diálogo com as autoridades, mas continuarão mobilizados para garantir que as promessas realmente saiam do papel. O próximo passo é unir a pauta com os demais atingidos pela barragem de Belo Monte e somar forças.

A atividade foi organizada pela Comissão Justiça e Paz e pela associação da Vila Piauiense, com apoio do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro