Dia Internacional dos Direitos Humanos: Atingidos por Belo Monte pedem Justiça Já!
Nesta segunda-feira (10), Dia Internacional dos Direitos Humanos, os atingidos pela barragem de Belo Monte deram o seu recado para o sistema judiciário brasileiro, com um ato público em frente […]
Publicado 10/12/2012
Nesta segunda-feira (10), Dia Internacional dos Direitos Humanos, os atingidos pela barragem de Belo Monte deram o seu recado para o sistema judiciário brasileiro, com um ato público em frente ao prédio da Justiça Federal em Altamira (PA). O objetivo é pedir agilidade no julgamento das 52 ações sobre ilegalidades no licenciamento e implantação da barragem.
Os manifestantes também pediram liberdade para os cinco trabalhadores do Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM) que foram presos após os protestos nos canteiros de obras no fim de semana de 10 e 11 de novembro. Os trabalhadores tiveram pedido de habeas corpus negado pela Justiça.
Além disso, denunciam que, apesar dessas ações e da série de violações de direitos humanos que essa obra vem promovendo, o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou o financiamento de R$ 22,5 bilhões para a Norte Energia S/A construir a barragem, contrariando suas próprias regras pois, em tese, só pode financiar obras que estejam regulares na justiça.
Os manifestantes montaram uma árvore de natal ressecada em frente ao prédio do MPF com frases pedindo justiça e denunciando as violações promovidas pela construção da barragem. Nos depoimentos de pescadores, moradores e militantes de movimentos sociais, também ficaram claras as violações.
O bispo da Prelazia do Xingu, Dom Erwin Krautler, denunciou que, enquanto as obras seguem aceleradas, praticamente nenhuma das condicionantes foi cumprida. “Belo Monte foi construída sobre um erro institucional”, afirmou.
O pescador Hélio, que foi atingido pela barragem, afirmou que já não consegue mais sobreviver da pesca e nem mesmo utlizar o rio, pois foi obrigado a mudar-se para 73 km de distância de suas margens.
“Nós estamos cansados da violação dos nossos direitos. Em todo lugar do país os atingidos estão sofrendo com as grandes obras”, afirmou Edizângela Alves, moradora do bairro da Boa Esperança e militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). “Passei a militar no MAB porqu acredito no povo organizado, só nós podemos mudar essa história”, finalizou.