Plataforma debate concessões com a Cemig em Minas
Empresa se nega a renovar concessões Na tarde de ontem (20), militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e demais organizações da Plataforma Operária e Camponesa para a Energia […]
Publicado 21/11/2012
Empresa se nega a renovar concessões
Na tarde de ontem (20), militantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e demais organizações da Plataforma Operária e Camponesa para a Energia participaram de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para debater a renovação das concessões das barragens da Cemig.
Segundo as lideranças do MAB o debate foi duro com a empresa que se nega a renovar as concessões das barragens de Jaguara, São Simão e Miranda. Para as organizações sociais e sindicais da Plataforma, a renovação das concessões do Setor Elétrico evitou a privatização de parte estratégica de estatais federais e estaduais porque não houve transferência de propriedade estatal para os setores privados e irá reduzir as tarifas de energia.
Isso é um reconhecimento público daquilo que temos denunciado a muito tempo, de que apesar de termos um custo de produção dos mais baixos, o preço da luz no Brasil é um dos mais caros do mundo e aqui em Minas é um dos preços mais caros do Brasil. É isso também que denunciamos hoje na audiência com a Cemig. Porque não renovar as usinas, permitindo assim que diminua um pouco o preço da nossa conta de luz?, questiona Soniamara Maranho, da coordenação do MAB.
O próprio ministro interino de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, afirmou recentemente na comissão mista que analisa a medida provisória que São Simão, a maior das três usinas, está em operação há 34 anos e tem quase 97% dos investimentos amortizados, de acordo com os critérios usados pela Aneel para cálculo da depreciação de ativos.
Segundo informações difundidas na imprensa, considerado o faturamento anual de R$ 1,5 bilhão dos três empreendimentos, a prorrogação por mais 20 anos pelas regras antigas representaria uma receita de R$ 30 bilhões para a Cemig, que o próprio governo considera indevida.
O que está em jogo são esses 30 bilhões de reais que a Cemig vai lucrar nos próximos anos sem a renovação. A pressão maior é da sua acionista, a Andrade Gutierrez, que ficará com 15% deste lucros, disse Soniamara.
Além do MAB, participaram da audiência representantes da Federação Nacional dos Urbanitários, do Sindieletro, o deputado federal Padre João, o deputado estadual Rogério Correia, a CEMIG, ABRACE e ABRADEE.