Encontro promove articulação contra barragens no Tapajós
Aconteceu neste final de semana (20 e 21 de outubro) na comunidade Pimental, um encontro de lideranças de comunidades ameaçadas pelos projetos de hidrelétricas do complexo Tapajós. Participaram da atividade […]
Publicado 22/10/2012
Aconteceu neste final de semana (20 e 21 de outubro) na comunidade Pimental, um encontro de lideranças de comunidades ameaçadas pelos projetos de hidrelétricas do complexo Tapajós. Participaram da atividade cerca de 100 ribeirinhos, pescadores, indígenas e movimentos sociais de toda região.
A atividade foi realizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Comissão Pastoral da Terra (CPT) em parceria com a Terra de Direitos, organização que presta assessoria jurídica às populações ameaçadas pelos grandes projetos de infraestrutura que violam os direitos das populações.
O objetivo da atividade era promover um espaço de articulação e construção de estratégias de luta conjuntas dos povos do Tapajós na luta contra as hidrelétricas. Essa atividade é histórica, pois conseguimos reunir varias organizações e lideranças de seis municípios, em uma articulação conjunta de resistência, afirmou Iury Paulino, do MAB. São ações como essa é que fortalecem a resistência a esses projetos de barragens que não servem para o povo.
No primeiro dia (20) os advogados da Terra de Direitos fizeram uma explanação sobre o modelo de desenvolvimento voltado para Amazônia e a violação aos direitos humanos das populações atingidas por grandes empreendimentos. A região amazônica hoje é o insumo para a indústria e o oeste do Pará tem sido alvo estratégico para o capital ressalta João Carlos, advogado da entidade.
Os participantes reafirmaram a postura contraria aos projetos de barragens no rio Tapajós, sendo uma das reivindicações a retirada da empresa Geosul. Contratada pela Eletronorte, ela realiza as pesquisas para a construção das barragens dentro da comunidade do Pimental, sem a autorização da população.
Os moradores da comunidade, juntamente com os indígenas, estão dispostos a continuar a resistência e deram o prazo de uma semana para a empresa se retirar da comunidade. Nós indígenas não estamos lutando só pela nossa causa, estamos lutando por todos os ribeirinhos da região, afirmou Juarez, cacique da aldeia Sawre Mu Uybu, da etnia Munduruku.
No dia seguinte (21) a atividade iniciou com uma mística na beira do rio Tapajós. Para os ribeirinhos, o rio é como um freezer, onde os peixes se mantêm frescos e da onde é tirada a sobrevivência da população.
Ao final do encontro, os participantes discutiram e planejaram um calendário de luta unificada de toda região na busca pelos direitos historicamente negados a população da região.
A atividade reuniu indígenas da Praia do Índio, Aldeia do Mangue, Aldeia Sawre Um Uybu, ribeirinhos das comunidades de Pimental, Moreira, Periquito, Arco Iris, moradores das cidades de Itaituba, Trairão, Miritituba, Prainha, Rurópolis, Aveiro, Santarém, além de representantes dos Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Itaituba, Trairão, Aveiro, Movimento de Mulheres de Aveiro, Movimento dos Pescadores e Pescadoras do Brasil (MPP), Frente de Defesa da Amazônia (FDA), Comissão Justiça e Paz (Jupic), Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Pastoral da Juventude (PJ), UFPA, e Repórter Brasil.