Organizações do campo aprovam moções contra Belo Monte e pela renovação das concessões

Encerra nesta quarta-feira (22), com um grande ato, o Encontro Unitário dos Trabalhadores, Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas, em Brasília. A ação denuncia a aliança do estado brasileira com o agronegócio e a complacência do governo federal com tal modelo de produção, às custas do retrocesso na pauta dos trabalhadores do campo.

Entre os pontos discutidos pelos 7 mil participantes do encontro estão a posição contrária a hidrelétrica de Belo Monte e a defesa das renovações das concessões do setor elétrico. Leia, a seguir, as moções sobre esses temas:

Contra a hidrelétrica de Belo Monte

Unidos, os sete mil trabalhadores e trabalhadoras e povos do campo, das águas e das florestas, representando as vinte organizações do reunidos no “Encontro Nacional Unitário” em Brasília – DF, nos dias 20, 21, 22 de agosto de 2012,  apóiam e se somam à luta dos atingidos por barragens contra as violações de seus direitos e a construção da Hidrelétrica de Belo Monte.

A usina de Belo Monte, vai expulsar mais de 40 mil pessoas, sendo que os mais de R$ 25 bilhões que serão investidos serão pagos pelo povo brasileiro através do BNDES e das contas de energia elétrica, para beneficiar as grandes corporações de energia, de máquinas e equipamentos e construtoras, como Iberdrola, Vale, Alstom, Siemens, Camargo Correa, Andrade Gutierez, Odebrecht, entre outras. Enquanto que as Estatais estão capturadas, cumprindo um papel subalterno para atender aos interesses privados.

Portanto, a usina de Belo Monte vai em direção contrária à soberania energética e aos interesses da classe trabalhadora e nós, povos do campo, das águas e das florestas somos parte desta luta contra Belo Monte.

Todos pela energia: privatização não é a solução

Os mais de sete mil trabalhadores e trabalhadoras representando as 20 organizações do campo brasileiro que compõem o “Encontro Nacional Unitário dos Trabalhadores, Trabalhadoras e Povos do campo, das Águas e das florestas: por terra, território e dignidade” reunidos durante os dias 20,21 e 22 de agosto em Brasília – DF, se posicionam publicamente e somam  com os demais trabalhadores da cidade e das organizações da energia na luta nacional ““Todos pela energia: privatização não e a  solução”.

Neste momento parte importante do setor elétrico brasileiro, que ainda se encontram sob controle das estatais, corre o risco de vir ser privatizado ou é esta energia vir a beneficiar os setores empresariais. A privatização e o controle privado sobre a energia foi um erro histórico que penalizou o povo brasileiro e beneficiou as corporações privadas com a transferência do patrimônio aos empresários.

Portanto, a renovação das atuais concessões d energia elétrica, deve ser acompanhadas de medias que laterem profundamente o atual modelo energético e que esta energia seja colocada de fato para beneficiar os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade. 

Brasília, 20 a 22 de agosto de 2012.

Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal (ABEEF)

Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB)

Conselho Indigenista Missionário (CIMI)

Coordenação Nacional do Quilombolas (CONAQ)

Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG)

Comissão Pastoral da Pesca (CPP)

Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB)

Central Única dos Trabalhadores (CUT)

Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB)

Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (FETRAF)

Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)

Movimento Camponês Popular (MCP)

Movimento das Mulheres Camponesas (MMC)

Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA)

Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais (MPP)

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)

Pastoral da Juventude Rural (PJR)

Sindicato Nacional dos Trabalhadores em Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário (SINPAF)

CARITAS

VIA CAMPESINA

Acompanhe mais notícias e veja outros temas debatidos e acordados pelos movimentos no blog do Encontro Unitário.

Leia também a declaração final do encontro e as demais moções públicas.