MAB participa de seminário contra altas tarifas de transporte
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) participou nesta terça-feira (12) de um Seminário contra as altas tarifas do transporte coletivo na cidade de Ponte Nova, situada na Zona da […]
Publicado 15/06/2012
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) participou nesta terça-feira (12) de um Seminário contra as altas tarifas do transporte coletivo na cidade de Ponte Nova, situada na Zona da Mata de Minas Gerais. O Seminário foi iniciativa do Comitê Popular contra as altas tarifas, que é fruto dos debates do Seminário da Plataforma Operária e Camponesa da Energia realizado em agosto de 2011, onde ficou definido a tarifa do transporte como uma das pautas a ser debatida com os moradores da cidade. Muitas reuniões foram realizadas em diversos bairros desde então.
No Seminário estiveram representantes de diversas entidades, membros de partidos, pastorais sociais e associações de moradores. Foram convidados o Prefeito Municipal, a Câmara dos Vereadores, o Ministério Público e a empresa São Jorge, responsável pelo transporte na cidade há mais de 30 anos. Apenas dois vereadores compareceram e José Flávio, administrador da empresa de ônibus.
Durante as discussões, os moradores denunciaram a péssima condição de muitos veículos que circulam pela cidade, os diversos problemas com linhas e horários, o desrespeito com os usuários em inúmeras situações, sobretudo para idosos, gestantes e pessoas com deficiência. Além disso, o preço da tarifa, segundo cálculo de Comitê Popular, consome das famílias mais de R$1000,00 por ano, considerando que apenas uma pessoa da casa use o transporte para ida e volta durante os dias úteis.
José Flávio, administrador da São Jorge, a empresa responsável pelo transporte, ouviu todas as reclamações dos moradores e tentou apresentar justificativas para os problemas apontados. Mesmo se exaltando em alguns momentos, o administrador ouviu todas as reclamações e garantiu buscar melhorias. Ele confirmou que a empresa estuda aumentar o preço do transporte coletivo de R$2,20 para cerca de R$2,85, notícia que causou protesto dos presentes.
Thiago Alves, membro da coordenação estadual do MAB e que participou da mesa debate com José Flávio, afirmou ser necessário envolver o maior número possível de pessoas na luta por este direito fundamental. Insistiu que a empresa deve ser cobrada pelo péssimo serviço prestado, mas que também a Prefeitura Municipal e seu Departamento de Trânsito, os vereadores da cidade e o Poder Judiciário devem ser cobrados por suas responsabilidades em manter uma permanente fiscalização deste serviço. Terminou o Seminário conclamando a comunidade a ser contra o aumento da tarifa. Nós seremos contra qualquer tentativa de aumentar a tarifa. Não é possível que as famílias tenham que gastar tanto para garantir esse direito. Até quando pais e mães de família terão que tirar da comida e do lazer para pagar passagem de ônibus?, provocou Thiago Alves.
Como proposta do Comitê Popular, o Seminário encaminhou a realização de mais reuniões nos bairros da cidade para debater o tema, o fortalecimento da comissão que irá entregar e negociar a pauta dos moradores com a São Jorge e a organização de uma grande Assembléia Popular dos usuários do transporte coletivo de Ponte Nova para mobilizar os moradores em torno do assunto.