Atingidos pela barragem de Candonga continuam acampados
Mais de 150 pessoas participaram de assembleia nesta quinta-feira. Vale e Novelis enfrentam ação na justiça por causa da diminuição de peixes no rio Doce Os atingidos pela usina hidrelétrica […]
Publicado 01/06/2012
Mais de 150 pessoas participaram de assembleia nesta quinta-feira. Vale e Novelis enfrentam ação na justiça por causa da diminuição de peixes no rio Doce
Os atingidos pela usina hidrelétrica Risoleta Neves, mais conhecida como barragem de Candonga, continuam suas atividades de mobilização e permanecem acampados às margens da MG 123, próximo à entrada da cidade de Rio Doce. O objetivo é denunciar a histórica violação de direitos humanos e o rastro de destruição ambiental deixadas pela obra. “Os atingidos querem idenização para os diaristas, meeiros, areeiros, garimpeiros que jamais foram reconhecidos bem como o reassentamento para centenas de famílias que ficaram sem meio de sobrevivência”, afirma Fernanda Oliveira Portes, da coordenação estadual do MAB em Minas Gerais.
Na tarde desta quinta-feira (31) mais de 150 pessoas participaram de uma assembléia no acampamento com a presença de diversos apoiadores da luta dos atigidos, entre eles 25 estudantes da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Representantes de algumas comunidades deram depoimento falando sobre os impactos que a barragem provocou na vida dos trabalhadores.
Além do desastre social e econômico, a barragem também deixou um grande rastro de destruição ambiental. Um deles foi a considerável diminuição de peixes no rio Doce, fonte de renda, alimento saudável e lazer para milhares de famílias. Como forma de cobrar na justiça esta devastação a ONG Puro Verde, sediada em Ponte Nova, entrou na segunda-feira (28) com Ação Civil Pública questionando o Consórcio Candonga e exigindo ações realmente eficazes para mitigar o problema.
“As empresas tem feito a mera transposição de espécies para o rio o que não apresenta nenhum resultado no sentido de compensar os danos causados. Esta ação judicial é mais um motivo para pressionar as autoridades para que não seja renovada a Licença de Operação enquanto todas as pendências não forem resolvidas”, afirma Thiago Alves, membro da coordenação estadual do MAB.
“Porém é o povo na rua que fará valer todos estes esforços em busca de justiça social e ambiental. Por isso queremos reafirmar o convite para que todos os apoiadores da luta dos atingidos por barragens participem deste importante momento de mobilização contra um empreendimento que significa morte, destruição e desrespeito a dignidade e aos direitos fundamentais.O Acampamento está aberto para todos que queiram se somar nesta luta” conclui Thiago Alves.
O Acampamento dos Atingidos da Barragem de Candonga termina no dia 05 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.