Distribuidora de energia que foi privatizada está à beira da falência
A empresa Celpa (Centrais Elétricas do Pará), privatizada na década de 90 e controlada pelo Grupo Rede Energia, está à beira da falência e entrou com pedido de recuperação judicial […]
Publicado 06/03/2012
A empresa Celpa (Centrais Elétricas do Pará), privatizada na década de 90 e controlada pelo Grupo Rede Energia, está à beira da falência e entrou com pedido de recuperação judicial no último dia 28 de fevereiro. A Celpa é uma das distribuidoras do grupo Rede com pior desempenho no país.
Os trabalhadores da empresa estão paralisados em todo o estado desde ontem, 5 de março, protestando contra a atual situação da distribuidora de energia. O MAB enviou uma nota aos trabalhadores da Celpa, prestando apoio e solidariedade, pois um grande número de trabalhadores corre o risco de perder o trabalho e ter diminuição nos seus salários.
O Movimento critica a empresa que, depois de ser privatizada, foi sucateada, demitiu trabalhadores, contratou inúmeros postos de trabalho terceirizados, com precarização das condições de trabalho. Além disso, a qualidade do serviço prestado piorou e a empresa teve lucros exorbitantes com as altas tarifas cobradas dos consumidores residenciais, a exemplo de todas as empresas do setor elétrico que foram privatizadas.
Na próxima semana, o Movimento dos Atingidos por Barragens estará fazendo mobilizações em todo o Brasil para impedir que as empresas do setor elétrico que não foram privatizadas na década de 90 continuem na mão das estatais. Estaremos ao lado dos trabalhadores neste momento em que mais uma vez a Fiesp e grandes indústrias querem a privatização do setor elétrico. O exemplo da Cesp mostra que isso não deu certo e nunca dará, pois interessa ao lucro de poucos em detrimento dos trabalhadores e de toda a população que paga a conta, afirmou Rogério Hohn, militante do MAB no Pará.
Na próxima semana, em diversos estados, estará sendo lançada a campanha pela renovação das concessões do setor elétrico, uma iniciativa da Plataforma Operária e Camponesa da Energia que visa sensibilizar a sociedade brasileira e o governo para os riscos da privatização, caso as empresas não tiverem a concessão renovada.
Os contratos que estão para vencer somam 20% do parque gerador brasileiro, cerca de 80% das linhas de transmissão e mais de 49 empresas distribuidoras, o que representa 35% do total da energia comercializada no país e envolve negócios na ordem de 30 bilhões de reais por ano. A maior parte dos contratos, principalmente de geração, está sob controle de empresas estatais, como Chesf, Furnas, Eletronorte, Cesp, Cemig e Copel.
Foto: Jaime Souzza