Via Campesina ocupa Codevasf em Montes Claros (MG)
Integrantes da Via Campesina, juntamente com sindicatos, professores, juventude e Pastorais Sociais, ocuparam a sede da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), em Montes […]
Publicado 06/09/2011
Integrantes da Via Campesina, juntamente com sindicatos, professores, juventude e Pastorais Sociais, ocuparam a sede da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), em Montes Claros (MG), nesta terça-feira (6). A ação faz parte da Jornada de Lutas iniciada no mês passado.
A Codevasf é uma das responsáveis pelos projetos de barragens no estado de Minas Gerais. Dentre os diversos projetos em andamento na região norte do estado, há os que se encontram em áreas que deveriam ser destinadas à Reforma Agrária, visto que as fazendas que compõem estas áreas já foram indicadas pelo órgão responsável INCRA – para a realização de novos assentamentos.
Somente no município de Jequitai, são 22 mil hectares de terra que seriam destinados para tais fins, e que agora servirão para a construção de barragem. Já as famílias que estão acampadas há seis anos no local, não tiveram até o momento nenhuma resolução sobre a desapropriação da área para a realização de assentamentos.
Deste modo, a ocupação da Codevasf pela Via Campesina vem no sentido de fazer a denúncia dos grandes projetos de barragem e mineração que estão sendo desenvolvidos na região, e exigir que estas terras sejam destinadas especificamente à Reforma Agrária.
Na frente da prefeitura
Na segunda-feira (5) de manhã, os movimentos ocuparam a frente da prefeitura de Montes Claros, em Minas Gerais. Com isso, para este mesmo dia, conseguiram uma audiência com o prefeito do município de Montes Claros, Tadeu Leite, e o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Carlos Calazans.
Dois pontos centrais nortearam a audiência: a questão das políticas públicas para os assentamentos, principalmente no que se refere à infraestrutura, e a obtenção de novas terras na região.
No entanto, estes dois pontos não são os únicos que preocupam os movimentos que integram a Via Campesina. A chegada das grandes empresas de mineração no norte de Minas fez com que fosse realizada, à tarde, uma audiência pública na câmara dos vereadores para debater o assunto.
À noite, ocorreu uma mesa de debate sobre as tarifas públicas com representantes de sindicatos, pastorais e movimentos sociais.
Amanhã (7), o acampamento da Via Campesina se somará ao Grito dos Excluídos numa grande mobilização, em Montes Claros.