Via Campesina faz audiências em ministérios para cobrar medidas
Após pressionar o governo por meio da ocupação do Ministério da Fazenda, a Via Campesina Brasil tem audiências nesta quinta-feira (25/08) em diversos ministérios. Um grupo de trabalho se reuniu […]
Publicado 25/08/2011
Após pressionar o governo por meio da ocupação do Ministério da Fazenda, a Via Campesina Brasil tem audiências nesta quinta-feira (25/08) em diversos ministérios. Um grupo de trabalho se reuniu em cada ministério para discutir as pautas.
Foram realizadas audiências no Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), no Ministério da Educação (MEC), no Ministério do Desenvolvimento Social, entre outros.
Em marcha, os trabalhadores rurais saíram do Acampamento Nacional da Via Campesina pela manhã, rumo a Esplanada dos Ministérios.
As principais pautas em negociação referem-se ao assentamento imediato das 60 mil famílias acampadas, a recomposição do orçamento do Incra para obtenção terras e a renegociação das dívidas da agricultura familiar, composta em R$ 30 bilhões.
Os R$ 530 milhões para desapropriações de terras para 2011 já foram executados e o orçamento para o ano que vem pode sofrer um corte de R$ 65 milhões.
No Ministério da Educação, os trabalhadores cobram medidas contra o fechamento de escolas no meio rural.
Nos últimos oito anos, mais de 24 mil foram fechadas no meio rural, segundo dados do Censo Escolar do INEP/MEC (2002 a 2009), e da Pesquisa de Avaliação da Qualidade dos Assentamentos da Reforma Agrária INCRA (2010).
As mobilizações fazem parte do Acampamento Nacional, com quatro mil trabalhares e trabalhadoras rurais reunidos desde segunda-feira no Ginásio Nilson Nelson, em Brasília.
O acampamento integra a Jornada Nacional de Lutas que acontece em todo o Brasil desde o dia 22 de agosto, com dezenas de mobilizações em pelo menos 17 estados.
A Via Campesina é uma articulação internacional de movimentos sociais camponeses. No Brasil, é integrado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pescadores e Pescadoras, Quilombolas, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), além do Sindicato dos Trabalhadores da EMBRAPA (Sinpaf), da Federação dos Estudantes de Agronomia e da Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal.
*Com informações do MST