Dezenas de organizações discutem privatização da água em Seminário Internacional
Iniciou nesta manhã (20), na Universidade Federal do Rio de Janeiro, o Seminário Internacional: Panorama político sobre estratégias de privatização da água na América Latina. Organizado pelo Movimento dos Atingidos […]
Publicado 20/07/2011
Iniciou nesta manhã (20), na Universidade Federal do Rio de Janeiro, o Seminário Internacional: Panorama político sobre estratégias de privatização da água na América Latina. Organizado pelo Movimento dos Atingidos por Barragens, o seminário conta com a participação de 140 representantes de 50 entidades vindas de 13 países. Para os organizadores do evento, a grande representatividade de organizações e países demonstra que este é um tema que tem apelo popular, tendo em vista que a privatização da água é uma realidade que atinge muitas pessoas.
Pela parte da manhã, participaram da mesa de abertura Rubens Paolucci, do Centro de Educação Popular Sedes Sapientiae (CEPIS), e Romulo Torres Seoane, do Forum Solidaridad do Peru. Rubens trabalhou alguns elementos da conjuntura econômica no cenário internacional e explicou como as grandes empresas multinacionais estão controlando os recursos naturais através da privatização e transformando-os em mercadorias. Segundo ele, a dominação dos recursos naturais pelo capital não ocorre somente no Brasil, mas também em outros países, como o Chile, onde 80% da água já foi privatizada.
Estamos em guerra pelos recursos naturais. As formas de guerra empregadas pelo capital são, principalmente duas: uma delas é a oculta, que utiliza o Estado para privatizar os recursos naturais. E a outra é direta, aberta, e se da através da ocupação do território, como ocorre no Iraque e no Afeganistão, onde os EUA travaram guerras por petróleo, por exemplo. Rubens finalizou indicando que os trabalhadores e trabalhadoras devem resgatar os recursos naturais das mãos do capital privado. Para isso, a única forma é através da luta e resistência dos trabalhadores e da unificação dos países da América Latina.
Romulo Seoane, diretor executivo do Forum Solidaridad Peru, trouxe a crítica ao acordo Brasil-Peru firmado no governo do Alan García, que prevê a construção de 15 usinas em solo peruano sob concessão brasileira durante 30 anos. De acordo com Soane, a população não foi consultada sobre esse projeto, que inclusive atinge territórios indígenas. Os movimentos sociais peruanos, mobilizados contra esse projeto, estão cobrando respostas do novo presidente peruano, Ollanta Humala.