MAB participa do 3º Encontro dos Movimentos Sociais de Minas Gerais
Foi encerrado nesta segunda-feira (2) com uma marcha por Belo Horizonte o 3º Encontro dos Movimentos Sociais de Minas Gerais. Participam do encontro cerca de 1200 pessoas de diversos movimentos […]
Publicado 03/05/2011
Foi encerrado nesta segunda-feira (2) com uma marcha por Belo Horizonte o 3º Encontro dos Movimentos Sociais de Minas Gerais. Participam do encontro cerca de 1200 pessoas de diversos movimentos sociais, entre eles MAB, MST, MPA, CPT, CP, entidades do movimento estudantil, além de sindicatos.
A marcha partiu da Assembléia Legislativa, local do encontro, com destino a Praça Sete, onde ocorreu um ato políco pelo Dia do Trabalhador.
Leia a carta final do 3º Encontro dos Movimentos Sociais de Minas Gerais
O encontro começou no sábado, no saguão da Assembléia Legislativa, em Belo Horizonte. O objetivo da atividade era debater uma política de moradia popular e denunciar os despejos arbitrários anunciados pela Prefeitura de Belo Horizonte, defender uma educação infantil ampla e gratuita, uma política de Reforma Agrária efetiva e a redução das tarifas públicas, em especial as tarifas de energia, gás, água e transporte público.
A palavra de ordem do encontro é Liberdade ainda que tardia, nós vamos lutar juntos contra Anastasia, referindo-se ao atual governador de Minas, Antonio Anastasia.
A abertura do encontro contou com a presença de diversos representantes dos movimentos presentes. Nosso encontro está ligado a muito sangue de trabalhadores e trabalhadoras, há governos que são carrascos, precisamos acirrar a luta de classe. Minas não precisa de choque, quer saúde, educação e um projeto popular”, afirmou Soniamara Maranho, da direção Nacional do MAB.
Estiveram presentes ainda João Paulo da coordenação nacional do MST e Sergio Miranda, ex-deputado federal, que debateram a análise de conjuntura. As atividades do encontro continuam até o dia 2 de maio.
O primeiro Encontro dos Movimentos Sociais de Minas Gerais aconteceu em 2006 e o segundo em 2007.
Ocupação do IPSEMG
Na segunda-feira de manhã, as Brigadas Populares, que também participaram do encontro, ocuparam um prédio do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (IPSEMG) na Praça da Liberdade. O movimento, que luta por moradia, denuncia que o governo do estado tentou repassar a preço de banana o prédio para utilização por um grande hotel de luxo. De acordo com as Brigadas, o processo de licitação foi irregular, com a participação de um único consórcio.
“A rede hoteleira do empresário Fazano, amigo de Aécio Neves, pagaria menos de 15 mil reais por mês para usar o valorizado imóvel do IPSEMG por 35 anos, indefinidamente prorrogáveis. Um crime contra o patrimônio público e contra o povo mineiro.”, diz nota divulgada pelo movimento, que se incorporou à marcha após a ocupação.
Mineiração e direitos humanos
Na sexta-feira (29), o MAB participou e uma aidência sobre mineiração e direitos humanos, organizada pela Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de Minas Gerais.
Presidida pelo deputado estadual Durval Ângelo, a audiência contou com a presença de autoridades como o deputado estadual Rogério Correia e o deputado federal Padre João. Também participaram os companheiros que estiveram presentes no 2º Encontro Internacional dos Atingidos pela Vale, que se encerrou nesta sexta-feira, também em BH.
Moises Borges, da direção estadual do MAB, participou da mesa para denunciar as mineradoras e empresas da área de energia pela forma truculenta como tratam as populações atingidas. O MAB cobrou do estado uma política pública que garanta e atenda os direitos das famílias e defendeu o novo projeto de sociedade com os bens naturais a serviço da soberania do povo.
Segundo Moisés, a mineração é um braço do atual modelo energético brasileiro e deve ser debatida para que haja a construção de um projeto energético popular.
Atos políticos e marcha
Os atingidos por barragens de Minas Gerais chegaram a Belo Horizonte na quinta-feira (28), após três dias de marcha pelo estado, e se incorporaram ao acampamento do MST e das Brigadas Populares na praça da Assembleia Legislativa.
Naquele dia, os movimentos participaram de um ato na Praça Sete de Setembro, junto com as centrais sindicais, por ocasião do Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes do Trabalho. De acordo com o Sindicato dos Eletricitários, a cada 45 dias morre um trabalhador, vítima de acidente de trabalho, na Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a empresa que atua nas áreas de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica em Minas.
À tarde, o MAB e o MST fizeram um ato em frente à sede do governo mineiro. Uma comissão de onze representantes dos movimentos foi recebida pelo governador, Antonio Anastasia. O MAB entregou um documento denunciando casos de violação dos direitos humanos nas construções de barragens no estado. Entre as sete barragens investigadas pela Comissão Especial Atingidos por Barragens, criada pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), devido a casos de violação dos direitos humanos, três estão no estado: a UHE Aimorés e as PCHs Fumaça e Emboque.
Já o MST denuncia a estagnação da reforma agrária no estado e as freqüentes ações de despejo aplicadas contra as famílias. De acordo com o movimento, neste ano, a Polícia Militar já realizou seis depejos. Em 2010, foram realizados 17.
A marcha do MAB começou nesta segunda-feira (25), com o objetivo de reivindicar os direitos dos atingidos e debater sobre o projeto energético popular. Participaram cerca de 450 militantes.
Três colunas saíram de três pontos diferentes com destino a Belo Horizonte. Uma delas saiu de Ponte Nova (na Zona da Mata), passando por Mariana, Ouro Preto, Itabirito, Cachoeira do Campo e Congonhas. Outra iniciou a marcha a partir de Taioberas (Norte do Estado), passando por Montes Claros e Sete Lagoas. A terceira saiu de Aimorés (Zona Leste), passando por Governador Valadares e Ipatinga.
Natália, atingida por projetos de mineração em Simonésia, está há um ano no Movimento e destacou a importância da marcha para conhecer atingidos de outras áreas do estado e fortalecer a luta. Está sendo muito bom entrar em contato com outras realidades, comentou.
A marcha superou as expectativas e animou os homens e as mulheres que tiveram os seus direitos amplamente violados a lutarem não só pelo o que é deles, mas por um projeto energético que respeite a vida e sirva aos trabalhadores e não ao capital, afirma Fernanda de Oliveira Portes, membro da coordenação estadual de MAB.
Paralelamente, o MAB também participou do 2º Encontro Internacional dos Atingidos pela Vale. O encontro ocorreu entre os dias 25 e 28, também em Belo Horizonte, e contou com a participação de cerca de 60 pessoas de nove países.