Famílias do MST e do MAB acampam em frente ao Incra (TO)
O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) montaram, nesta quinta-feira (28), um acampamento com cerca de 300 famílias em frente à sede […]
Publicado 29/04/2011
O Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) montaram, nesta quinta-feira (28), um acampamento com cerca de 300 famílias em frente à sede da Superintendência Regional do Incra, em Palmas, Estado do Tocantins. A ação é em continuidade à ocupação da fazenda Dom Augusto, no dia 21, localizada no município de Porto Nacional. As famílias realizaram uma marcha do local da primeira ocupação até a sede do Incra, de mais de 30 quilômetros de caminhada. A manifestação integra a Jornada Nacional de Lutas do MST, que relembra a memória dos 21 companheiros assassinados no Massacre de Eldorado dos Carajás, Estado do Pará.
As famílias reivindicam infraestrutura para os assentamentos, distribuição de terras aos acampados e investigação das grilagens de terras. Também denunciam os problemas causados pelos agrotóxicos, a monocultura e o trabalho escravo, o novo Código Florestal e os impactos das construções das barragens ao meio ambiente e à sociedade. Os grandes proprietários de terras destroem os rios, as florestas, as matas ciliares, são multados, não pagam e ainda querem anistia de seu crime ambiental. Enquanto existir trabalho escravo, injustiça, exploração, apropriação das terras pública iremos lutar, ocupar, marchar, acampar, afirma trecho do panfleto dos manifestantes.
O dirigente nacional do MST, Antônio Marcos, disse que o acampamento só chegará ao fim depois do entendimento sobre a pauta. O movimento quer a desapropriação das terras improdutivas do Estado. Só vamos desocupar quando houver uma negociação sobre nossa pauta, afirmou.
Ainda na quinta-feira, os movimentos tiveram uma reunião com o secretário estadual de Educação do Tocantins, Danilo de Melo Souza, com o objetivo de debater a melhora da educação no campo e assim criar condições aos trabalhadores rurais de ter acesso ao latifúndio do conhecimento.
Histórico
As famílias ocuparam a fazenda Dom Augusto, localizada no quilômetro 25 entre Porto Nacional e Palmas, em protesto as irregularidades do latifúndio. O proprietário, Alcides Rebeschini, não tem todo a documentação da área, dos três mil hectares de terra apenas 1.200 são titulados. A fazenda também está na lista suja do Ministério do Trabalho e Emprego por ter sido flagrada com a prática de trabalho escravo, 100 trabalhadores foram resgatados em 2005.
(Com informações do site Conexão Tocantins)