MAB encerra marcha com atos políticos em Belo Horizonte
Após três dias de marcha, os atingidos por barragens de Minas Gerais chegaram a Belo Horizonte nesta quinta-feira (28) e se incorporaram ao acampamento do MST e das Brigadas Populares […]
Publicado 28/04/2011
Após três dias de marcha, os atingidos por barragens de Minas Gerais chegaram a Belo Horizonte nesta quinta-feira (28) e se incorporaram ao acampamento do MST e das Brigadas Populares na praça da Assembleia Legislativa.
Durante a manhã, os movimentos participaram de um ato na Praça Sete de Setembro, junto com as centrais sindicais, por ocasião do Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes do Trabalho. De acordo com o Sindicato dos Eletricitários, a cada 45 dias morre um trabalhador, vítima de acidente de trabalho, na Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a empresa que atua nas áreas de geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica em Minas.
Á tarde, o MAB e o MST fizeram um ato em frente à sede do governo mineiro. Uma comissão de onze representantes dos movimentos foi recebida pelo governador, Antonio Anastasia. O MAB entregou um documento denunciando casos de violação dos direitos humanos nas construções de barragens no estado. Entre as sete barragens investigadas pela Comissão Especial Atingidos por Barragens, criada pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH), devido a casos de violação dos direitos humanos, três estão no estado: a UHE Aimorés e as PCHs Fumaça e Emboque.
Já o MST denuncia a estagnação da reforma agrária no estado e as freqüentes ações de despejo aplicadas contra as famílias. De acordo com o movimento, neste ano, a Polícia Militar já realizou seis depejos. Em 2010, foram realizados 17.
Apesar da marcha do MAB ter chegado a seu destino final, as atividades do movimento ainda não acabaram: no sábado (30), tem início o 3º Encontro dos Movimentos Sociais de Minas Gerais, com o objetivo de denunciar a política do governo de Minas, que privilegia o lucro das grandes empresas e reprime os trabalhadores e as trabalhadoras que exigem seus direitos básicos, como moradia, melhores condições de trabalho e ensino público de qualidade.
Marcha em três colunas
A marcha do MAB começou nesta segunda-feira (25), com o objetivo de reivindicar os direitos dos atingidos e debater sobre o projeto energético popular. Participaram cerca de 450 militantes.
Três colunas saíram de três pontos diferentes com destino a Belo Horizonte. Uma delas saiu de Ponte Nova (na Zona da Mata), passando por Mariana, Ouro Preto, Itabirito, Cachoeira do Campo e Congonhas. Outra iniciou a marcha a partir de Taioberas (Norte do Estado), passando por Montes Claros e Sete Lagoas. A terceira saiu de Aimorés (Zona Leste), passando por Governador Valadares e Ipatinga.
Natália, atingida por projetos de mineração em Simonésia, está há um ano no Movimento e destacou a importância da marcha para conhecer atingidos de outras áreas do estado e fortalecer a luta. Está sendo muito bom entrar em contato com outras realidades, comentou.
A marcha superou as expectativas e animou os homens e as mulheres que tiveram os seus direitos amplamente violados a lutarem não só pelo o que é deles, mas por um projeto energético que respeite a vida e sirva aos trabalhadores e não ao capital, afirma Fernanda de Oliveira Portes, membro da coordenação estadual de MAB.
Paralelamente, o MAB também participou do 2º Encontro Internacional dos Atingidos pela Vale. O encontro ocorreu entre os dias 25 e 28, também em Belo Horizonte, e contou com a participação de cerca de 60 pessoas de nove países.