Atingidos por barragens fazem caminhada após encontro estadual em Minas Gerais
Cerca de 350 manifestantes entre atingidos por barragens, trabalhadores rurais sem terra, estudantes e membros da Assembléia Popular da Juventude fizeram uma marcha pelo centro de Belo Horizonte no último […]
Publicado 22/11/2010
Cerca de 350 manifestantes entre atingidos por barragens, trabalhadores rurais sem terra, estudantes e membros da Assembléia Popular da Juventude fizeram uma marcha pelo centro de Belo Horizonte no último dia 20 em comemoração ao dia da Consciência Negra, para denunciar o extermínio da juventude e em protesto aos 6 anos do Massacre de Felisburgo.
No dia 20 de novembro de 2004, o fazendeiro Adriano Chafik Luedy e seus jagunços invadiram o acampamento Terra Prometida na cidade mineira de Felisburgo, assassinaram cinco trabalhadores rurais sem terra e deixaram mais de 20 gravemente feridos. Nenhum dos jagunços foi julgado. O fazendeiro responde ao processo em liberdade.
Vanderlei Martini, da coordenação estadual do MST lembra que o dia 20 de novembro é o dia estadual de luta em Minas Gerais. Dia de denunciar a impunidade e fortalecer a mobilização pela efetivação da reforma agrária no estado.
A marcha marcou o encerramento do Encontro Estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) que reuniu mais de 250 atingidos de várias regiões de Minas Gerais. Para Moisés de Almeida, membro da coordenação estadual do movimento, foi um momento importante de avaliação da luta dos atingidos no estado e de animação para as grandes atividades que teremos em 2011. Os atingidos de diferentes regiões se conheceram, se entrosaram, os debates foram produtivos. Todos voltam para casa muito mais animados em fortalecer a luta da classe trabalhadora no próximo período.
Guarda Municipal e Polícia Militar tentaram intimidar os manifestantes
Após o término da manifestação, alguns membros da Guarda Municipal de Belo Horizonte se aproximaram dizendo que um participante do ato havia pichado o chão da Praça da Estação, no centro da capital mineira. Abusando da sua atribuição, queriam levar o suposto pichador. Como não acharam o acusado, impediram que os seis ônibus deixassem a praça e chamaram a Polícia Militar. Alguns membros da cavalaria policial chegaram a se aproximar do local. Depois de quase duas horas de negociação e da assinatura de um Boletim de Ocorrência, todos foram liberados.
Para Joceli Andrioli, da coordenação estadual do MAB, o fato demonstra mais uma vez a total desproporção entre como são tratados os assassinos de trabalhadores, como no Massacre de Felisburgo, e a forma com que o Estado trata os trabalhadores que fazem uma manifestação pacífica para denunciar a impunidade e lutar por seus direitos.